Quando vi autocarro aproximar-se, virei a cara. Não fazia ideia daquilo que iria suceder, mas achei que olhar não fosse uma coisa muito inteligente dado que tencionava manter o meu instinto de protecção pessoal.
Parece que tomei a melhor decisão. Olhei apenas quando tive a certeza de que aquilo que eu mais temia se tinha, realmente, concretizado.
Depois, até ao momento que me levantei e corri para o local de todo aquele filme, decorreram apenas segundos que eu nem senti passarem. Num momento estava na paragem, e no outro estava perto daquele cão tão idefeso que ninguém parecia reparar. Os latidos que se faziam ouvir eram ensurdecedores, e, quando me quis aproximar para poder tirá-lo do perigo de carros em movimento, ele olhou para mim com algum receio que, rapidamente, se transformou em tristeza. Peguei nele, e aconcheguei-o o melhor que consegui no meu colo. A pata estava partida, era bastante nítido. E sem que eu conseguisse conter, as lágrimas começaram a cair. Porque eu sabia que aquele simples toque era o máximo que eu ia poder fazer por aquele ser vivo tão bonito e tão condenado pela vida.
Segurei-o enquanto pude. Mas a boleia chegou. E eu tinha que ir. Não era uma opção ficar. Pousei-o, então, com o maior cuidado que pude, e não olhei para trás. Não iria conseguir sair dali se o fizesse. Entrei no carro. E parti.
Gostava de não o ter feito. Gostava de não o ter deixado ali sozinho. Gostava de ter feito qualquer coisa diferente daquilo que fiz. Gostava que tudo fosse com as urtigas.
Hoje estou infeliz.
23 Palavras.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
"Oh you're so naive yet so..."
Por vezes, existem momentos ao longo da nossa vida que nos fazem reflectir sobre a mesma, que nos fazem pensar como diabo chegámos ao ponto em que nos encontramos. Fazemos uma pausa e reflectimos e, em certos casos, apercebemos-nos de uma verdade que até agora desconhecíamos. E essa verdade dói. E não fazemos ideia como continuar sabendo que tudo em que acreditávamos era, afinal, uma farsa.
Ainda estou a aprender.
Ainda estou a aprender.
domingo, 28 de novembro de 2010
terça-feira, 23 de novembro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Noite
A noite, antes tão segura e acolhedora, revelava-se agora repleta de perigos e aterrorizadora. Andar sozinha adivinhava-se um sacrifício e dava por mim a olhar para trás para me certificar que ninguém me seguia. Estava assustadíssima, pois não fazia ideia do que esperar. Estava habituada a conhecer pormenorizadamente todos os casos com que me defrontava diariamente, pelo que, desta vez, sem saber aquilo que iria acontecer, sentia-me como um peixe fora de água. Não conseguia respirar confortavelmente e sentia o pânico muito prestes a rebentar. Odiava sentir-me tão vulnerável. Por norma, não era isso que costumava acontecer.
De repente, a minha atenção desviou-se para os audíveis movimentos captados no meu campo de visão. Alerta, parei, esperando e observando com cautela, desejando que fosse algum animal à procura de alimento, ou um movimento de algum arbusto provocado pelas fortes ventanias que se faziam sentir nesse noite. Fosse o que fosse, não podia baixar a guarda. Por isso, esperei.
Esperei durante dez minutos. Achava melhor jogar pelo seguro. Mais valia prevenir do que remediar. Só quando tive a certeza de que não corria qualquer perigo é que regressei ao meu caminho, andando agora mais rapidamente. Era aconselhável encontrar um abrigo o mais rápido possível. A noite era perigosa, e eu sabia-o, agora mais do que nunca. Talvez fosse mais aconselhável caminhar apenas durante o dia. Provavelmente, iria demorar mais tempo até chegar ao locar da missão, mas mais valia chegar atrasada do que não chegar de todo.
É melhor que estudar BCM.
De repente, a minha atenção desviou-se para os audíveis movimentos captados no meu campo de visão. Alerta, parei, esperando e observando com cautela, desejando que fosse algum animal à procura de alimento, ou um movimento de algum arbusto provocado pelas fortes ventanias que se faziam sentir nesse noite. Fosse o que fosse, não podia baixar a guarda. Por isso, esperei.
Esperei durante dez minutos. Achava melhor jogar pelo seguro. Mais valia prevenir do que remediar. Só quando tive a certeza de que não corria qualquer perigo é que regressei ao meu caminho, andando agora mais rapidamente. Era aconselhável encontrar um abrigo o mais rápido possível. A noite era perigosa, e eu sabia-o, agora mais do que nunca. Talvez fosse mais aconselhável caminhar apenas durante o dia. Provavelmente, iria demorar mais tempo até chegar ao locar da missão, mas mais valia chegar atrasada do que não chegar de todo.
É melhor que estudar BCM.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
UM
E cá estou eu, na belíssima cidade de Braga, sem saber muito bem como vim cá parar.
Uma nova etapa com coisas completamente diferentes daquilo que eu vivi até agora. Já tive a honra de vivenciar a tão aclamada tradição que é a Praxe. Só por aqui já posso dizer que vivi alguns momentos bastantes peculiares. Estou agora num sítio onde não conheço ninguém e que me é quase desconhecido. Nunca fui muito de vir a Braga. Não era uma cidade que costumavamos visitar. No entanto, a Universidade do Minho parecia-me uma boa opção, portanto não posso dizer que não fiquei feliz quando fui à minha caixa de correio electrómico e li
Resultado: Colocada
Estabelecimento: [7010] Universidade do Minho - Escola Superior de Enfermagem
Curso: [9500] Enfermagem
Estou a começar a adaptar-me. Mas mal posso esperar por deixar de ser caloira. Quer me parecer que vou andar com o coração nas mãos até ao Enterro da Gata. Enfim. Vida de Caloiro. Afinal de contas, somos totalmente insignificantes neste mundo.
O que se pode fazer? Pode cantar-se.
Nós, os Enfermeiros
Os Enfermeiros são os maiorais
E na hora da doença
É de enfermeiros que vós precisais.
Uma nova etapa com coisas completamente diferentes daquilo que eu vivi até agora. Já tive a honra de vivenciar a tão aclamada tradição que é a Praxe. Só por aqui já posso dizer que vivi alguns momentos bastantes peculiares. Estou agora num sítio onde não conheço ninguém e que me é quase desconhecido. Nunca fui muito de vir a Braga. Não era uma cidade que costumavamos visitar. No entanto, a Universidade do Minho parecia-me uma boa opção, portanto não posso dizer que não fiquei feliz quando fui à minha caixa de correio electrómico e li
Resultado: Colocada
Estabelecimento: [7010] Universidade do Minho - Escola Superior de Enfermagem
Curso: [9500] Enfermagem
Estou a começar a adaptar-me. Mas mal posso esperar por deixar de ser caloira. Quer me parecer que vou andar com o coração nas mãos até ao Enterro da Gata. Enfim. Vida de Caloiro. Afinal de contas, somos totalmente insignificantes neste mundo.
O que se pode fazer? Pode cantar-se.
Nós, os Enfermeiros
Os Enfermeiros são os maiorais
E na hora da doença
É de enfermeiros que vós precisais.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
E.
Quando perdemos alguém que nos é querido, tudo se torna difícil.
Bem, difícil não é a palavra correcta para descrever este momentos. O sentimento é totalmente absurdo, impossível, inexplicável. Alguém estava ali e, de repente, deixou de estar. É, simplesmente, insuportável.
Quando é alguém de quem nós gostamos muito a passar por todo este processo, os sentimentos são transmissíveis. Porque a dor que nos ultrapassa pelos que gostamos é enorme e indescritível. Vê-los sofrer é inaceitável.
E a angústia está sempre presente.
Sempre.
Bem, difícil não é a palavra correcta para descrever este momentos. O sentimento é totalmente absurdo, impossível, inexplicável. Alguém estava ali e, de repente, deixou de estar. É, simplesmente, insuportável.
Quando é alguém de quem nós gostamos muito a passar por todo este processo, os sentimentos são transmissíveis. Porque a dor que nos ultrapassa pelos que gostamos é enorme e indescritível. Vê-los sofrer é inaceitável.
E a angústia está sempre presente.
Sempre.
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