domingo, 19 de abril de 2009

25 e 26 de Março de 2009

A partida de Arcos de Valdevez foi às 6 horas e 30 minutos e todos estávamos muito curiosos em relação a tudo aquilo que iríamos visitar e muito entusiasmados pelo tempo que iríamos passar em Lisboa. No entanto, a nossa primeira paragem foi no Cabo Mondego onde pudemos reconhecer o fascínio geológico que as rochas representam.
Em geologia é importante termos presente a noção de tempo geológico, tão diferente da escala temporal da nossa vida. A unidade de tempo em geologia é o milhão de anos. Uma montanha pode levar dezenas de milhões de anos para se formar; um oceano pode abrir, crescer, fragmentando um continente e separando por distâncias de milhares de quilómetros diferentes placas litológicas.
A Serra da Boa Viagem, inserida na Orla Meso-Cenozóica Ocidental onde predominam rochas sedimentares químicas e detríticas, apresenta cerca de 6 km e termina, abruptamente, nas vertentes setentrional e ocidental onde dominam as escarpas de natureza carbonatada.
No sector ocidental desta serra, o Cabo Mondego, aflora uma espessa série de sedimentos, que registam, de forma notável, alguns dos principais acontecimentos da História da Terra. O intervalo de tempo registado situa-se aproximadamente entre os 180 e os 140 milhões de anos, verificando-se ao longo da costa desde a praia da Murtinheira o Jurássico Inferior e Médio e, até à baía de Buarcos, o Jurássico Superior.
Os locais com registo sedimentar expressivo e com conteúdo elevado em amonites são locais com grande interesse para as Ciências da Terra, dado que testemunham com rigor um determinado intervalo de tempo da História da Terra.

Para o intervalo de tempo considerado, os marcadores estratigráficos normalmente utilizados em sedimentos marinhos são as amonites, um grupo extinto de moluscos cefalópodes, que se assemelhavam às actuais lulas e chocos. A ocorrência destes fósseis no Jurássico Médio do Cabo Mondego é particularmente relevante, na medida em que, com base na sua distribuição vertical, se conseguem precisar as escalas do tempo geológico.
O Jurássico Superior, cujos sedimentos assentam sobre o Jurássico Médio, proporciona a observação de corpos sedimentares característicos de ambientes de transição, como, por exemplo, recifais.

“A História Geológica do nosso país durante os tempos jurássicos está inscrita nas falésias do Cabo Mondego. Preserve-a porque ela não se repete”. Helena Henriques, geóloga

Para além dos dados geológicos que apreendemos nesta visita ao Cabo Mondego adquirimos também mais conhecimentos sobre alguns seres marinhos como o ouriço-do-mar que encontrámos à beira da água.
O ouriço-do-mar, segundo o que a professora de geologia explicou, tem cinco dentes, localizados na superfície inferior do corpo. Estes dentes formam um bico e estão unidos num sistema de ossículos e músculos bastante complexo, denominado Lanterna de Aristóteles. Como alguns dos ouriços que encontramos não tinham espinhos, os dentes eram facilmente visíveis assim como o ânus que se encontra na parte superior do corpo. O ouriço-do-mar é um equinoderme, tal como as estrelas-do-mar e os pepinos-do-mar. Alimenta-se de outros invertebrados e de algas que raspa das rochas com os dentes. Não tem olhos mas o corpo está coberto por células sensíveis à luz. Assim que detecta luz, cobre-se com conchas, pequenas pedras e algas. Apesar de não parecer, estes animais movem-se com a ajuda de pés ambulacrários. O seu esqueleto duro e coberto de espinhos não é suficiente para os proteger de alguns caranguejos Europeus, estrelas-do-mar e peixes.
Nesta visita, tivemos a oportunidade de apreciar a beleza natural do Cabo Mondego enquanto adquiríamos mais conhecimentos acerca do mesmo. O curto espaço de tempo em que permanecemos neste local foi especialmente interessante para nós, uma vez que pudemos analisar, de forma independente, as características das rochas e o porquê das mesmas, tal como procurar fósseis que aí se pudessem encontrar. Acabamos por encontrar amonites, bastante comuns nesse local.





Pelo facto de o tempo disponível ser limitado, não pudemos permanecer tanto quanto gostaríamos. Assim, continuamos a nossa viagem, tendo parado algum tempo para almoçar.
Decorrido esse pequeno espaço de tempo no qual pudemos descontrair um pouco, seguimos para uma fábrica de vidro da Marinha Grande, Jasmim. Aí, observamos o fabrico de vidro para decoração, sendo que os trabalhadores chegaram mesmo a fazer um pequeno cavalo de vidro com o intuito de demonstrarem a forma como o material era moldado. Visitámos o Jasmim Glass Studio da Marinha Grande, todavia, a Jasmim é uma marca reconhecida em todo o país, exportando as suas peças para mais de 23 países.


A arte de fabricar o vidro é muito antiga, ignorando-se a forma como surgiu. A vocação vidreira da Marinha Grande surgiu no século XVIII, porque possuía o combustível de eleição em abundância para a época, a lenha. Previamente, a indústria tinha sido expulsa pelas populações dos arredores de Lisboa, dado o enorme consumo dos fornos e a escassez de madeira e reactivada na Marinha Grande devido à influência do Marquês de Pombal.
O vidro é uma substância líquida, com um altíssimo grau de viscosidade à temperatura ambiente, variando em função da temperatura. É composto basicamente por areia (sílica ou vitrificante), sulfato ou carbonato (abaixo da temperatura de fusão da sílica) e cal (normalmente utilizada), que atribui resistência ao vidro. Quando essa mistura é elevada à temperatura de 1500º C, forma uma massa plástica e viscosa. O processo de fusão é muito complexo e envolve basicamente reacções químicas entre as diversas matérias-primas, a formação de fases líquidas e homogéneas, a eliminação dos gases produzidos nas reacções químicas e, finalmente, a formação de uma massa vítrea homogénea pronta para ser fornecida às máquinas de formação.
À medida que a massa, daí resultante, vai arrefecendo, a viscosidade vai também aumentando gradualmente formando-se, desta forma, o vidro. A coloração, por seu turno, é conseguida pela adição de substâncias químicas tais como o cobalto (azul) e o óxido de cobre (verde).


Enquanto observávamos a formação do vidro, fomos compreendendo as diferentes fases da sua formação e, essencialmente, o seu manuseamento e os cuidados que os trabalhadores necessitam de ter para o mesmo. Para além de assistir ao fabrico de peças decorativas, fomos ainda à loja onde os produtos estavam expostos para apreciar mais a fundo o trabalho realizado pela marca, sendo que alguns de nós compraram pequenas peças de vidro que, pelas suas cores e formas, nos apelaram bastante. Ainda na loja, tivemos também oportunidade de assistir a um breve filme sobre a história vidreira.
Após esta curta visita partimos, então, para a pousada do Inatel de Oeiras, onde pernoitaríamos. Quando lá chegamos, dividimo-nos por quartos, fomos jantar e voltamos para a pousada, onde alguns se divertiram com os jogos que tinham trazido de casa e outros se reuniram na parte de fora a conversar, a tocar guitarra, a jogar às cartas ou ao telefone, com as professoras que estiveram connosco até à hora em que o silêncio tinha que ser mantido. Aí, fomos todos recobrar energias para o dia seguinte, se bem que nem todos o tenham conseguido convenientemente.
Com um pouco mais de energia partimos, então, em direcção ao oceanário que era, para alguns, o local que suscitava um maior entusiasmo.
O oceanário de Lisboa é um espaço de lazer que promove o conhecimento da vida marinha e sensibiliza os cidadãos para a conservação da natureza, através da alteração dos seus comportamentos. Foi inaugurado em 1998 no âmbito da exposição mundial do séc. XX, cujo tema foi “Os Oceanos, um Património para o Futuro”.


Durante a visita, pudemos observar mais de 8.000 animais e plantas, de cerca de 500 espécies diferentes, nos cinco diferentes habitats representados: o Indico Tropical, o Atlântico, o Pacífico, o Antárctico e o Aquário Central que representa o Oceano Global e mostra a unidade dos Oceanos.
A primeira coisa que nos foi dada a observar foi o Aquário central (onde se encontram cerca de 100 espécies diferentes) que á a principal atracção do Oceanário e representa o oceano global que cobre 71% da superfície da Terra e contribui para 99% do espaço disponível para a vida. Neste aquário, os animais mais conhecidos são os tubarões, as raias, a manta, as garoupas e as barracudas, sendo ainda possível observar peixes de cardume, como as cavalas e os xaréus, que cruzam os oceanos. No entanto, o que nos chamou mais atenção foi um peixe gigante com uma beleza fora do comum e que nenhum de nós tinha visto antes, o peixe-lua.
O peixe-lua é o maior peixe ósseo do mundo, podendo atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar mais de duas toneladas. Deita-se frequentemente à superfície da água deixando-se levar pela corrente, comportamento que lhe permite equilibrar a temperatura corporal. Este animal encontra-se em risco devido à sua natureza delicada e aos movimentos lentos que fazem com que seja apanhado facilmente por redes à deriva ou outros métodos de pesca.

Neste aquário, facilmente se identificavam quais os peixes que nadam mais à superfície e aqueles que preferem as zonas mais profundas.
O habitat do Atlântico Norte representa uma faixa que se estende desde a Islândia até aos Açores, ao longo da Crista Média Atlântica. As rochas que aí se encontram representam a origem vulcânica da ilha, simulando a experiência de estar numa gruta natural dos Açores. Neste habitat pudemos observar corais, peixes ósseos, estrelas-do-mar e aves. Aqui, aquilo que nos chamou mais atenção foram as aves pela sua beleza e pelas suas características peculiares.
O habitat do Antárctico representa, na realidade, uma faixa conhecida por zona sub-Antárctica compreendida entre a frente Polar Antárctica e a Convergência sub-tropical. Nestas zonas, as formações de pedra calcária encontram-se, devido à forte acção do vento e da neve, estratificadas e desgastadas.
Neste habitat a principal atracção era, indubitavelmente, a comunidade de pinguins que, por serem animais extremamente resistentes e leais entre si, apaixonam qualquer pessoa que admire a vida animal. Os pinguins são animais que vivem em zonas mais frias e que apenas têm um companheiro durante toda a sua vida. Enquanto as fêmeas vão à procura de alimento, os machos guardam os ovos enquanto que, de forma a se protegerem das condições adversas, formam um círculo para conseguirem manter a temperatura corporal.

Todavia, neste habitat também vivem peixes ósseos, tubarões e andorinhas que, apesar de não suscitarem um tão elevado grau de interesse como os pinguins, são igualmente fascinantes.
O habitat do Pacífico recriado, corresponde a uma faixa costeira rochosa, típica da costa de Monterey Bay, na Califórnia. Em termos climáticos é uma região temperada, onde a temperatura do ar ronda os 17ºC. Neste habitat havia muita diversidade. Tinha tubarões, aves, peixes ósseos, estrelas-do-mar, etc. Todavia, aquilo que nos cativou imediatamente foram as lontras devido à sua dócil beleza. Estes animais fizeram-nos esquecer que havia mais coisas para ver e, por isso, ainda estivemos bastante tempo a observar a forma como nadavam despreocupadamente.
A lontra-marinha é um mamífero com características muito peculiares e que está adaptado à vida no mar. O pêlo, que a mantém seca e protegida do frio, é constituído por duas camadas, muito densas, que prendem bolhas de ar entre as fibras oleosas. Estes animais abrem as carapaças e conchas das suas presas batendo-lhes com uma pedra. Conseguem manter a temperatura corporal constante e repor toda a energia que gastam porque comem, diariamente, o equivalente a 30% do seu peso.


Um guia que se encontrava ao nosso lado estava a explicar que a Amália, por ser fêmea, era mais inteligente que o Eusébio que preferia as partes mais atléticas, ou seja, nadar. Enquanto lá estivemos observámos os funcionários do oceanário a darem alimento às duas lontras e também como elas, habilidosamente, conseguiam descascar o mesmo.
O habitat do Índico corresponde, em termos climáticos, a uma zona conhecida como Índico Tropical.
A temperatura da água neste habitat tropical está acima dos 20ºC, durante todo o ano, propiciando a construção de recifes de coral pois, apesar de os corais existirem em todo o oceano, apenas na zona tropical se formam recifes.
Este habitat representa, do ponto de vista geológico, as ilhas Seychelles e contém uma enorme variedade de aves, peixes ósseos e plantas.
Assim, o Índico é caracterizado pela existência de várias ilhas coralinas, estando neste habitat representado, do ponto de vista geológico, as Seychelles. As praias arenosas, cobertas de vegetação luxuriante, escondem uma enorme variedade de aves, que se advinham pelos sons perfeitamente audíveis.
A visita decorreu com normalidade, enquanto observávamos a grande diversidade de espécies existentes neste espaço tão agradável. Observámos, para além de todos os seres marinhos e aves, um pequeno filme onde nos era explicado de forma muita sucinta, mas clara, a forma como o Oceanário era dirigido e os cuidados e tratamentos que eram necessários realizar para o bem-estar de todas os seres vivos presentes nos aquários. Entre outras coisas, ficámos a saber com esta visualização que é necessário um trabalho diário desempenhado com a maior dedicação pela equipa de biólogos e aquaristas para que as espécies possam viver num ambiente limpo e saudável, e ainda que são necessários mais de sete milhões de litros de água salgada para abastecer todo o Oceanário.
Por mera curiosidade queremos ainda acrescentar que o percurso da visita é circular e unidireccional, no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Este percurso simboliza, deste modo, um regresso ao passado, ao reencontro do Oceano, que desde sempre desempenhou um papel primordial na evolução e regulação da vida no planeta.
Terminada a visita, tivemos a oportunidade de fazer um passeio pelo parque das Nações num comboio de turismo. Vimos alguns dos pontos mais importantes deste parque, como o pavilhão Atlântico e a torre Vasco da Gama. A pequena expedição terminou junto ao centro comercial Vasco da Gama, onde iríamos almoçar.
À hora combinada, após um curto momento de descontracção, seguimos para a Fundação Calouste Gulbenkian para visitarmos a exposição A Evolução de Darwin. Esta é uma exposição sobre a história da evolução desde o século XVIII até aos nossos dias.
Nesta exposição, foi-nos explicada a viagem de Darwin a bordo do Beagle, que foi o principal contributo para que este cientista pudesse formular a sua teoria. Durante cinco anos, Darwin teve a oportunidade de visitar vários locais por todo o planeta, observando e registando os padrões na distribuição geográfica das espécies vivas e na distribuição geológica e geográfica dos fósseis, que viriam a ser cruciais na fundamentação da teoria.


Depois desta viagem absolutamente decisiva para a sua formação, Darwin sabia que era necessário testar a sua teoria antes que pudesse mostrá-la ao mundo. Assim, após desembarcar o Beagle, viveu alguns anos em Londres, desenvolvendo aí a teoria da evolução por meio de selecção natural, que consiste num mecanismo de competição em que a variabilidade de certos indivíduos lhes permite uma melhor adaptação ao meio e, desse modo, os torna mais eficientes a passar os seus genes à descendência, preservando essa variabilidade de geração em geração. É também em Londres que Darwin desenha a primeira árvore evolutiva, pretendendo representar as ligações de parentesco existente entre as espécies. Apenas vinte anos e incansáveis estudos e experiências mais tarde, é que este cientista vê os seus estudos editados na obra A Origem das Espécies

Ao longo da exposição, observamos ainda espécies vivas, como piranhas, tartarugas e suricatas, que simbolizavam a diversidade animal que Darwin encontrou durante a viagem que realizou.
A exposição termina com uma ponte para o século XX, com uma alusão às principais figuras que deram corpo à síntese neodarwinista que vigora hoje e que casa o mecanismo da selecção natural com as leis da genética de Mendel. A referência à descoberta do ADN é ilustrada por uma enorme escada da qual se sai por um escorrega de RNA.


Com esta exposição tivemos oportunidade de aprofundar os conteúdos programáticos da disciplina de biologia pois foi relativamente fácil de compreender o rumo que Darwin seguiu durante a sua vida. Esta exposição, para além dos elementos estáticos e dos animais vivos, tinha também uma sala onde se podia visualizar um filme sobre Charles Darwin. Este filme era a representação da vida de Darwin e explicava a história das suas mais importantes teorias o que facilitou a compreensão da generalidade da exposição.
Terminada a visita a esta exposição, voltamos para o autocarro e regressamos a Arcos de Valdevez, onde chegámos por volta da meia noite.








Upa, upa.

domingo, 5 de abril de 2009

2-1

Antes de mais nada, tenho que dizer que sou, provavelmente, uma das pessoas em todo o mundo com o sistema imunitário mais fraco. Uma simples brisa e, pufff, fez-se o Chocapic e eu fiquei sem voz.

Falando de factos referidos anteriormente, 2-1, foi o resultado final do tão aguardado jogo com os Castanheira, a favor do Atlético. Golos de Steven e Campos (se não me engano).



Arcos de Valdevez

Arcos de Valdevez é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e subregião do Minho-Lima, com cerca de 2 200 habitantes.
É sede de um município com 445,89 km² de área e 24 466 habitantes (2006), subdividido em 51 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Monção, a nordeste por Melgaço, a leste pela Espanha, a sul por Ponte da Barca, a sudoeste e a oeste por Ponte de Lima e a oeste por Paredes de Coura.
O ponto mais alto do concelho situa-se na Pedrada, com a altitude de 1416 metros, na Serra da Peneda.
De repente, fiquei cheia de orgulho da terrinha. :)
Stereophonics, Maybe Tomorrow. Uma boa opção.
E tu, por onde andas?

sábado, 4 de abril de 2009

Abril, águas mil

Abril, águas mil.
Pelas nuvens que estão lá fora, posso dizer que este provérbio popular se aplica perfeitamente ao dia de hoje.

Sábado, quatro de Abril de 2009, jogo entre o Atlético de Valdevez (juvenis) e uma equipa das fortezinhas. E como a amiga maravilhosa que eu sou, vou estar lá a apoiar os jogadores. Vai ser como antes. Nós as duas, e eles no campo. O resto é conversa..
Ah Jorge, a ver se marcas um golinho.:b