quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal

Aquele cheirinho tipicamente natalício já se sente no ar. A Anita já abriu a prenda, como seria de esperar. A curiosidade dela não lhe permitiu esperar mais algumas horas, tarefa realmente difícil. Na televisão, relata-se o tempo esperado para esta noite de consoada, os acidentes que já ocorreram, aparentemente em maior número do que no ano passado, as vitímas mortais da gripe A no nosso país.
Eu limito-me a observar esta algazarra toda. O Natal não me diz muito, particularmente este ano. Claro que fico feliz pelas férias, mas quem não fica, não é? Vai ser apenas mais uma noite, como todas as outras. Claro que há sempre aquele sentimento de excitação devido aos presentes que possam estar por baixo da árvore de natal. O corte de cabelo mais estranho que já tive foi o meu presente para mim. E não espero muito mais. Fico feliz com aquele par de meias quentinhas que me prometeram. :p
Aquilo que eu gostava realmente de receber parece-me impossível, neste momento. Porque depende apenas de mim. E ainda não chegou a hora certa. Talvez um dia... Eu vou lutar pos isso, certamente.
Agora, resta-me apenas desejar a continuação do resto de um bom dia. E que a noite seja recheada de coisas docinhas e calóricas. :D E presentes. E alegria.


Feliz Natal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

30 Seconds to Mars - Kings ans Queens

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009


Estou frustrada. E é por isso que preciso de ir ao RIR. Porque o festival vai ser fechado por eles. E, desta vez, eu não posso perder a oportunidade.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

E professora Ana Viana, se chegar a ler isto, tenho saudades suas.

100 Rifas

Mais um período que passou. E o Inverno está à porta. Finalmente. Vamos rezar para que, tal como o ano passado, fique tudo coberto de branco.

Estas semanas foram bastante atribuladas, diga-se. Isto porque a minha turma quer ir aos Açores. E as coisas não se pagam sozinhas, como é óbvio. Dito isto, só tenho uma coisa a dizer: não consigo ver mais cachorros à minha frente. Lá estamos nós, todas as quintas, com os nossos 72 pães, à espera que na cantina seja peixe e que os miúdos estejam com vontade de consumir algumas calorias. Todas as quintas, o mesmo cenário repete-se: saímos de matemática, depois de uma aula desgastante do Atílio, e dirigimo-nos para a entreda do bloco principal. Montamos a nossa barraca, contituida por duas mesas, e vamos buscar o pequeno fogão eléctrico à sala de Físico-Química. Colocamos a nossa panelita com alguma água em cima do fogão, e, lá dentro, pomos as salcichas, tudo isto com luvas. Nós temos muito cuidado com a higiene, ainda mais agora com essa história da Gripe A. Não queremos contaminar ninguém.

Depois, é só esperar cinco minutos, e começam a chegar os primeiros clientes. É sempre seguido: um com o pão, outro com os molhos, e, por fim, as batatas.

Na realidade, já estamos a ficar famosos. Somos conhecidos como o 12º B dos carrochos. Uma graça.

De vez em quando, lá temos o cheesecake e o bolo de bolacha, que fazem as delícias de toda a gente, principalmente do Atílio. Maior guloso, nunca vi.

E isto é apenas a ponta do iceberg de todo o trabalho que temos feito. Ainda há as tão famosas rifas, 100 para cada um, que, como podem imaginar, foram o pesadelo de algumas noites. Diga-se que vender coisas não é a minha especialidade, e nunca fiquei tão satisfeita quando, numa tarde, vendi 17.

Bem, na realidade, foi mais a Sara que eu. És a melhor de todas. *Bigger, chuchu. E para o teu pai. Um dia, hei-de lhe pagar.

Há ainda o concurso Miss Escola 2009/2010. Sempre tive curiosidade em ver como funcionam os bastidores deste tipo de coisas, e parece que, este ano, o 12º B teve a sorte de ficar com a organização. A turma de artes ficou a chuchar no dedo.

É claro que o facto de se fazer bom dinheiro com o concurso só fez com que a minha alegria ficasse ainda maior. Mas ninguém tem que saber disso.

Estamos ainda a pensar ir cantar as janeiras. Quanto a isso, não vou comentar. Sinto-me envergonada, só de pensar na minha voz de rouxinol a assustar as pessoas.

De qualquer maneira, sacrifícios são necessários quando queremos alguma coisa. E eu não estou com vontade nenhuma de ter que colocar muito dinheiro do meu bolso. Há que guardá-lo para o Rock in Rio.


E agora vou acabar o trabalho de Psicologia. Onde é que já se viu estar de férias e ainda ter que fazer trabalhos? Francamente.


A minha sugestão de hoje:

Radiohead - Thinking about you.
Matt Bellamy

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Rosyln - Bon Iver & St. Vincent
Das melhores que já ouvi.

sábado, 21 de novembro de 2009

My Sister´s Keeper

Dias intensos, estes que passaram. De um lado para o outro, sempre a correr, o tempo voava. E parecia que apenas conseguia empenhar o meu tempo em coisas relacionadas com a escola. Para minha sorte, parece estar tudo agora a acalmar. Sobra-me tempo para aspectos mais importantes. E para me divertir um bocadito, diga-se. Também preciso.

Dito isto, esta noite vou tirar um tempinho para mim. Cinema vem sempre à cabeça quando penso numa boa forma de passar um bom bocado, e quando a companhia é agradável, as coisas ficam ainda mais fáceis. O filme de hoje, Para a minha irmã, ou em inglês, My sister´s Keeper. Já li boas críticas, e já me estou a imaginar a passar uma vergonha quando as pessoas olharem para mim e virem olhos vermelhos e inchados. Vai ser interessante. Também vai haver direito a um jantarito na Romanza, só o melhor restaurante de Arcos de Valdevez. Aquele pão de alho...

E aproveito, já agora, para agradecer ao prestável individuo que teve o cuidado de entregar o meu perdido cartão de cidadão no registo do Porto. Festivais de Verão são o melhor sítio para se perder documentos importantes, tirando ainda o facto de eu ser a Rita e perder tudo aquilo que realmente não deveria. Um grande obrigada.


domingo, 6 de setembro de 2009

Junho. Julho. Agosto. Escola.

Bem, chegou a altura de fazer um apanhado daquilo que foram as últimas semanas. É interessante como aguardamos um ano inteiro pela tão famosas férias de Verão, e quando damos por ela, já passaram e nem percebemos como. Este ano foi totalmente diferente de todos os Verões que já passei. Vivi novas experiências, assumi nova responsabilidades, conheci novas pessoas. E tudo em tão pouco tempo! Foi um Verão recheado de música e tive a oportunidade de conhecer novos lugares.
O Marés Vivas 09 foi o ponto do alto destes meses e garanto que estarei lá no ano que vem. O ambiente era maravilhoso, as bandas ainda melhor e a companhia só facilitou tudo. Amei cada segundo e só lamento que tenha durado apenas três dias. De qualquer maneira, foram os melhores três dias de todo o sempre.
Julho ficou também marcado pelas minhas dezassete primaveras. Os anos passam, e nós passamos com eles. É inacreditável pensar que ainda ontem estava a aprender a andar. Sinto-me velha. Este foi, no entanto, um dos meus melhores aniversários. As pessoas e o local certo e as coisas tornam-se sempre muito mais agradáveis. E para tornar o dia 23 de Julho totalmente perfeito, tive o melhor presente de sempre: um bilhete para o concerto dos Muse. Estava eu pronta a pagar o meu próprio bilhete, com as notas dobradinhas para não perder nem uma e descubro que não vou ter que abrir os cordões à bolsa. Fiquei surpreendentemente feliz.
Os exames nacionais também tiveram o seu papel, se bem que mais negativo. Andei bastante preocupada durante algum tempo, mas não foi suficiente para me arruinar os restantes dias.
Agosto, esse, foi mais calmo, não deixando, no entanto, de ser igualmente fantástico. Algumas saídas à noite deram outro sabor às férias, enquanto assumia a responsabilidade de me tornar madrinha. Uma semaninha na Póvoa a aproveitar os últimos momentos fizeram com que tudo ficasse ainda melhor.
Não me posso queixar. Tirando algumas coisas que devia ter feito este Verão, sei que aproveitei ao máximo estes últimos tempos. Vou ter saudades daquilo que vivi.
Agora, é esperar que este ano lectivo me traga outra mão cheia de boas surpresas.

E outra coisa. Nós, os arcuenses, não somos tão "bimbos" como a querida novela faz parecer. Quem conhece, sabe. E eu sei.

FarmVille.


O novo vício.
Aulas à porta.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009


10 dias. Apenas dez dias.

The Resistance está disponível na Europa a 14 de Setembro de 2009.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

16 de Julho

Estou irremediavelmente feliz. Não há nada que me faça ficar aborrecida depois de este tempo tão bem passado.
O Marés Vivas 09 foi muito melhor daquilo que eu esperava. Sabia que ia ser uma experiência a não esquecer, mas as espectativas foram totalmente superadas e acabei por passar os melhores momentos da minha vida. Não usando hipérboles.
Partimos dos Arcos às 8.30h do dia 16 de Julho. Seguimos até ao Porto, onde apanhamos o autocarro até ao Parque de Campismo Orbitur, com a sua espectacular piscina de 2.40m de profundidade. Feito o check-in e montadas as tendas, era altura de irmos, finalmente, para o recinto do festival. Foi o cabo dos trabalhos para descobrir o caminho.






Com a ajuda de pessoas bastantes úteis e assustadoras, diga-se de passagem, acabámos por descobrir que era preciso apanhar o autocarro 906 até Coimbrões e, depois, 0 903, que nos levaria até uma paragem de autocarro perto do Continente que ficava perto do Arrábida Shopping. A partir daí, fazíamos o caminho à la pate.


Chegados à entrada, a confusão estava instalada. Tenho a impressão de que nunca tive de agurdar em tantas filas na minha vida como nestes três dias. Filas em Orbitur, filas para os autocarros, para tomar banho, até para comer uma simples fatia de pizza que mal chegava para encher um quarto do estômago. Para entrar no recinto, a situação foi a mesma. Acabámos por desistir de estar em pé e decidimos jogar às cartas no meio do chão. UNO e ficámos completamente entretidos. Por fim, lá chegou a nossa vez de ser revistados pelos senhores polícias que não deixavam entrar tampas de garrafas no recinto e assim, entrámos.





A partir daí, foi só aguardar em mais filas, para a pulseirinha azul, para o primeiro espectáculo musical dessa noite: Lamb, mas não antes sem irmos experimentar as fatias de pizza do pizza hut. Arranjado lugar nas mesas, lá fui eu com o meu copo de Coca-Cola e a respectiva fatia. Como seria de esperar, a minha clara falta de equilíbrio achou que já era altura de se manifestar e, ao sentar-me, consegui, não faço ideia como, entornar a bebida por cima de mim e da pizza. O que foi realmente muito bom. Fiquei toda molhadinha, e com uma fatia de pizza a saber a Cola. Mesmo à Rita.


Depois, como eu gostava de assistir tudo da primeira fila, foi necessário um corridinha para chegar lá à frente. O engraçado é que não fomos os únicos a ter essa ideia maravilhosa, e acabámos por parecer formigas a correr pelo mesmo açucar. Felizmente, energia era o que não nos faltava e conseguimos lugar na segunda fila, que não estava muito mau. Estava muito frio, mas não deixou de ser agradável. Seguiu-se Primal Scream, que nos despertou depois da calma de Lamb. A partir daí, foi gritar e saltar até não aguentar mais. Então, para completar a noite, a banda que eu mais aguardava para esse dia: Kaiser Chiefs. Aí, instalou-se a loucura. E não estou a exagerar.Fui apanhada numa moche que quase me abafava e tive que recuar mais para trás para não morrer esmagada. Consequência: não vi os meus meninos da maneira que gostava. Mas vá, ter ouvido a "Oh My God" ao vivo foi suficiente para ficar radiante.
Foi tempo, então, de voltarmos para as nossas humildes tendas, o que constituiu o cabo dos trabalhos. Eram muitas pessoas a querer, também, voltar para as suas respectivas casas, e foi difícil arranjar lugar no autocarro para nós os cinco. Mas, por fim, lá conseguimos.

E foi só o primeiro dia.

Ainda há mais, muito mais, mas só para outra sessão.


domingo, 28 de junho de 2009

Senhor G

Esta última noite foi passada de uma forma diferente da habitual. A professora Ilda, uma das minhas vizinhas, precisava de alguém que tomasse conta do seu pai por uma noite. Eu lá me ofereci, visto que não tinha nada para fazer nessa noite e porque, na realidade, não me custava nada.
Descobri que o Senhor G, como eu decidi chamar-lhe, é muito mais divertido daquilo que aparenta. Pude constatar, na minha cama, das várias vezes que o ouvi levantar-se a meio da noite, que tem vários hábitos, pequena coisas que faz sempre que se levanta e sempre que volta a deitar-se.
Sei que o senhor G está acordado quando tosse três vezes. Percebi isso na quinta vez que ele me tirou do sono. Senta-se na cama, e puxa, com muito cuidado, os lençois para trás, com uma perfeição quase exagerada. De seguida, coloca as pernas no chão, mas não se levanta sem antes verificar se os seus três lenços e porta-moedas continuam por baixo da almofada azul clara. Feita a verficação, calça os chinelos e levanta-se, muito devagar, para tentar, suponho eu, não me acordar. Não teve grande sucesso com essas tentativas.
Depois de fazer aquilo que o fez sair da cama, regressa, sempre com muito cuidado para não fazer o mínimo brulho. Põe, novamente, os lençois de forma a parecer que a cama acabou de ser feita. Então, depois de concluir esta tarefa, coloca, de novo, todo o material que cobre o móvel para trás, destruindo o trabalho que acabar de fazer. Senta-se, tira os chinelos, mas não se deita sem verificar, mais uma vez, se os seus pertences continuam por baixo da almofada. Não vá alguém roubá-lo. Por fim, estende-se na sua cama, cobrindo-se e olhando uma última vez para o quarto antes de se deixar cair no sono. Reparei também que diz um Pai Nosso sempre que se deita.
E adormece.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Muse

É oficial. Já tenho o bilhete, portanto sou uma pessoa feliz.

Novembro, chega rápido.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Globalização e a Ecologia

Desde os tempos primitivos que o ser humano teve a necessidade de interajir com outros para assegurar a sua sobrevivência. O processo de Globalização diz respeito à forma como os países comunicam e aproximam as populações, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos quer económicos e sociais como culturais e políticos. No entanto, ecologicamente, a Globalização traz algumas ameaças, visto fixar-se exclusivamente nos interesses monetários que as elites globais pretendem reunir. Através da exploração dos recursos naturais e da mão de obra, os governos tentam perpetuar e aumentar o lucro das pessoas com maior poder, isto num escala global, esquecendo, no entanto, que estes recursos não têm uma duração infinita e que, num futuro muito próximo, deixarão de estar disponívies se não os soubermos gerir.
Apesar de já existirem vários documentos que têm como grande objectivo proteger o meio ambiente das cominações provocadas pelas crescentes ligações entre populações, a poluição atingiu niveís preocupantes. É verdade que desde o príncipio dos tempos que o ser humano tem vindo a poluir o ambiente que o rodeia. No entanto, é também verdade que o impacte ambiental provocado pela civilizações primitivas era quase nulo, comparativamente com a pegada ecológica que o Homem moderno tem deixado. Depois da descoberta de objectos que permitiram o desenvolvimento tecnológico, como por exemplo a roda, que é agora o motor dos meios de tranporte, uma das principais causas de poluição, e da consciência de que utilizar os recursos existentes na natureza é gratuito e não causa despesas a qualquer nível, excepto ecológico (mas esse não é um facto a contar, pensam os presidentes), o Homem não tem poupado esforços para poluir o ambiente. As gerações futuras irão, com certeza, sentir as consequências dos nosso actos presentes.
A Globalização é necessária para que as nações possam encontrar formas de desenvolver as tecnologias, senão ainda hoje viveríamos na idade da pedra. É necessário que as barreiras ideológicas sejam destruídas, para que o ser humano possa dar asas aos seus conhecimentos e utilizá-los em prol do seu bem-estar. Contudo, a nossa espécie tem o dom de tranformar tudo aquilo que cria em algo destrutivo e nocivo para a natureza. Por exemplo, o fogo. Uma das maiores descobertas da Humanidade. Permite-nos aquecer, cozinhar os alimentos, iluminar vários lugares. No entanto, o Homem, na sua inteligência, consegue ainda destruir as florestas queo rodeiam para que consiga ganhar economicamente. Madeira queimada vale menos monetariamente e, assim, os lucros para os produtores de papel são maiores. Porque é essa a única preocupação do Homem: ter os bolsos cheios de papel verde.
É também verdade que, no meio de todo o processo de globalização, existem indíviduos que ainda têm como maior prioridade salvar a Natureza da destruição total. As organizações não governamentais (ONG) têm-se juntado para colmatar os efeitos das actividades antrópicas e tentam impedir a degradação do planeta e, consequentemente, a destruição da vida Humana. No entanto, se não houver um esforço conjunto com o objectivo de melhor o estado de saúde do meio ambiente, por muito que estas organizações se esforcem, nunca será suficiente.
As lesões ecológicas não têm fronteiras, assim como a Globalização. É, portanto, claro que seria muito mais fácil se tentássemos sobreviver com aquilo que temos agora, se parássemos no nosso desenvolvimento. Visto ser impossível isto acontecer, apenas uma acção muito consciente e globalmente unida poderá evitar uma catástrofe ecológica. Todavia, os interesses ecológicos dos países desenvolvidos são muito diferentes dos interesses dos países em desenvolvimento. Por exemplo, é mais fácil conseguir melhorar as condições ambientais num país pertencente ao continente Africano, onde alguns países têm o nível de desenvolvimento mais baixo de todo o planeta, do que num país com um progresso tão significativo como os Estados Unidos da América, um dos países mais poluentes de todas as nações. Isto porque o meio ambiente é um bem muito mais importante neste país, pois é da Natureza que a maior parte da população africana tira os seus rendimentos, mas numa forma saudável. É, portanto, rentável que se proteja a Natureza com o fim de manter o modo de subsistência. Por outro lado, temos a grande nação norte americana, que possui todos os meios capazes de produzir poluição: devido à grande população, os meios de transporte existem num número astronómico de forma a poderem atender às necessidades de todos. Mais meios de transporte a circularem, mais dióxido de carbono libertado para a atmosfera; as grandes indústrias, necessárias para, mais uma vez, serem capazes de assegurar os pedidos de todos, são uma das maiores forças presentes neste país, e também uma das mais prejudiciais. Enfim, são poucas as coisas que se escapam da etiqueta de nocivo.
Como se pode constatar, é difícil que todas as formas mundiais se juntem em prol do mesmo objectivo, pois os interesses diferem em quase tudo. Podemos, então, afirmas que os conceitos de ecologia, desenvolvimento e globalização estão intimamente ligados. É natural que esta relação exista. Devido ao desenvolvimento, nos dias de hoje vivemos a maior parte dos nossos dias com os nervos à flor da pele, sempre à espera da próxima catástrofe. Derrames de petróleo no mar, como o petroleiro Prestige, que ao naufragar na costa da Galiza, destruiu os habitats de muitas espécies, marinha e terrestres, explosões radioactivas que deixam marcas para as gerações seguintes, como a explosão de Chernobyl que tantas vidas destruiu e que ainda hoje continua a transformar. São este tipo de acontecimentos que nos mostram que a globalização e, consequentemente, o desenvolvimento, apesar de trazerem vantagens para um melhor dia-a-dia das populações, ecologicamente, tem os seus senãos.
No mundo global de hoje em que a industrialização é acentuada, mas que a globalização permite constatar que existem áreas de menor desenvolvimento económico, que por sua vez e, na sua maioria, correspondem a grandes índices de pobreza e fraca qualidade de vida, há um conceito de que todos sofrem: degradação ecológica da Terra.
Apesar de tudo isto, pode constatar-se que, felizmente, as preocuapações com questões ambientais por parte dos países desenvolvidos têm aumentado. Este facto deve-se, por exemplo, à alta taxa de mortalidade infantil. Em alguns países, a falta de condições não permite a sobrevivência dos mais débeis, como as crinças. Portanto, como medida natalista, os governos tentam proporcionar aos seus habitantes as condições básicas de bem-estar, e isto pressupõe que a qualidade das águas seja melhor e que a qualidade do ar seja mais saudável. Ao fazerem isto, os governos estão, não só, a zelar pelo bem ambiental, mas também a desenvolver-se com esta medidas.
Para que a Globalização possa ser encarada apenas como um factor positivo, é necessário empreender esforços de solidariedade e subsidiariedade entre Estados, pois pensar que se consegue governar contando unicamente com o seu território, o seu povo e com a afectação da qualidade de vida interna é um erro. É fulcral criar e promover acordos como o de Quioto, que, apesar de não ter total adesão, foi um primeiro passo para a recuperação do nosso planeta.


A Terra é a nossa única casa. Se a destruirmos, não iremos, certamente, poluir a Lua. Isso, para o bem de todos, ainda não conseguimos fazer.

Marés Vivas 2009


Parece-me que este Verão não vou parar um segundo. Agora, tenho já em vista o Marés Vivas 2009. Isto porque os Kaiser Chiefs e os Keane vou estar em palco. E como posso eu perder este espéctaculo? Os planos estão feitos, só falta mesmo ir à FNAC, comprar os bilhetes e...voilá.

Enfim, mal posso esperar.

Entretanto, tenho Físico química na cabeça. Pelo menos até 14 de Julho. Depois, posso ter alguma paz de espírito.

E entre idas ao cinema, seguidas de momentos de conversa na esplanada da nossa querida casa das artes, a comentar as atitudes de pessoas que anteriormente choravam rios de lágrimas por causa disto e daquilo e que agora fazem exactamente a mesma coisa, e a dizer coisas que me deixam profundamente emocionada, as férias têm passado. Um dia atrás do outro. Sem querer ser desmancha-prazeres, feitas as contas, temos apenas doze semanas de descanso. Parece pouco, não parece?

sábado, 20 de junho de 2009

Optimus Alive 09


Caramba, nunca estive com uma vontade em ir tão grande como este ano. Mas se correr tudo com eu estou a contar, vai ser este ano que vou ver os meus meninos. Dia 10 de Julho, Placebo.
Mal posso esperar.

Senhor Pau Médico

Aquilo que deveria ser uma noite descontraída e divertida acabou por ser totalmente diferente daquilo que estava inicialmente à espera. Nem festa de final de ano nem festa depois da festa de final de ano. Mas, como acontece sempre comigo, tiram-se boas coisas das más situações. Nada melhor para acalmar os ânimos do que umas voltinhas no baloiço para idades entre os três e os doze anos, seguidas de um hiper gelado com três bolas, morango, baunilha e nata, e chantilli por cima. Que bom!!!
Are you invisual? Frases como esta terminaram a noite. Uma na cama de cima, outra na cama de baixo e fizemos a festa toda. O que na realidade, não é de estranhar. Parece mesmo que não faz falta muita gente para que eu tenha um óptimo momento de gargalhada.
Agora é deixar o Senhor Pau Médico descansar enquanto a Sara dorme e eu estou aqui a escrever. Muito bom.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Amanhã, exame.
Ai, Ai, Ai!!!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Terça-Feira, 9 de Junho de 2009

Aviso: Devido à minha preguiça, as próximas linhas escritas contêm material de muita pouca qualidade. Aconselham-se os mais frágeis a evitar o contacto visual com o que se segue.
Depois não digam que não avisei.


Tarde passada a estudar. Urra, que estou tão feliz.

Lá fora, está a chover. Eu gosto da chuva. E gosto de ficar molhada por causa dela.

Comecei a pintar um quadro. Como não poderia deixar de ser, está relacionado com música. Estou a usar como cor principal o cor-de-laranja, por nenhum motivo em especial.

E agora estou a ouvir Overcome.

Que bom que é ter uma vida nada monótona.


Better Than Ezra - Overcome

Percorri a rua sem nunca olhar para trás. Inacreditavelmente, estava calmo. O único pensamento que tinha na cabeça era cumprir o objectivo pelo qual tinha saído do aconchego de casa nessa noite. Não era a minha primeira vez, nem seria a última, pelo que me encontrava aliviado, mas aterrorizado. Nas ruas, a luz da lua iluminava o caminho por onde eu ia, com um passo ligeiramente acelerado, não a correr, mas em marcha. Contornava cada rua com mais certezas do que na anterior. Sabia ser a minha atitude a mais correcta, no entanto, não deixava de ligeiramente desagradável saber que ia tirar a vida a alguém. Não era um tipo de coisa a que alguém se acostumava muito facilmente. Mas tinha de ser feito e, à falta de voluntários, a tarefa calhava-me, evidentemente, a mim.
Cinco, dez, quinze minutos e aproximava-me do local. Entrar, limpar, sair. Dito em voz alta, parecia estranhamente fácil.

Começo a escrever e é isto que sai. Ando a ver demasiados filmes, não é Léon? Depois, dá nisto.

domingo, 7 de junho de 2009

Underworld

Olho para o relógio. Os ponteiros marcam as vinte horas e catorze minutos. Recebo uma chamada a perguntar se estou interessada numa sessão de cinema – Underworld. Digo que sim, pois sei que me faz falta alguma distracção.
Depois de um banho demorado, com a água ferver, visto-me apressadamente. A boleia chega e, com as chaves e duas notas de cinco euros, saio de casa.
Os planos alteram-se. Não vemos o filme que estava combinado, pois não estamos com disposição. Em vez, decidimos ver outro, mas também esse não nos desperta grande atenção. Assim, acabamos a vaguear pelas ruas da vila, com o vento a levantar os cabelos e com o cheirinho a erva molhada. A chuva está próxima. É possível sentir a humidade presente no ar.
Depois de um delicioso Magnum de Amêndoas, o meu preferido, resolvemos passear perto do rio, quando o esperado acontece: começam a cair as primeiras gotas de chuva. É hora de voltar para o ninho.

Noite pequena, mas saudável.

sábado, 6 de junho de 2009

Hospitais.

A primeira coisa que faço ao entrar no recinto é aspirar o forte cheiro a água oxigenada e álcool. Vários grupos de pessoas aguardam na sala de espera por familiares ou, então, pela consulta que parece nunca mais chegar. O barulho está sempre presente, vindo do choro de uma criança saturada daquele lugar, ou das conversas dos pacientes que parecem nunca esgotar o seu vasto conteúdo de informações acerca dos outros. Sigo para o meu destino, com a ideia de que será mais uma tarde passada dentro de uma máquina que me provoca claustrofobia. É engraçado como começo a estar habituada a estas andanças. Já fazem parte da minha vida.
Entro, por fim, na sala onde se localizam os exames. Na parede, é possível ver um grande painel azul, onde lemos os nomes dos responsáveis por aquela secção do hospital. Reconheço alguns nomes como sendo de indivíduos estrangeiros, o que, para ser sincera, não é nenhuma novidade. É como as moedas: em cinco, duas são portuguesas.
Dirijo-me ao balcão, onde sou atendida por uma mulher com cerca de 30 anos, suponho. Digo-lho que a minha presença se deve à elaboração de uma nova ressonância, pois o doutor ortopedista não gostou do que viu na primeira. Assim, muito educadamente, pede-me que aguarde. Trata-me por Dona Rita, e devo confessar que não gosto muito do cumprimento. Faz-me sentir velha.
Sento-me numa das muitas cadeiras livres na sala. Pego no meu QQSB e começo a ler para me distrair. Sei por conhecimento de causa que a espera vai ser longa. Uns minutos depois, entra na sala uma mulher com os seus dois filhos, um menino de seis, sete anos, e um bebé com o aspecto de ter nascido apenas há poucos dias. Senta-se bastante distanciada de mim, mas apesar disso, consigo reparar na sua palidez e no seu olhar cansado. Uma recém-nascida pode ser esgotante. O bebé dorme, mas, por outro lado, o rapaz parace ter a energia de dois hiperactivos. A mão repreende-o, mas nem isso o faz acalmar. Então, para grande alívio da mulher, como reparo, entra um homem. Suponho ser o marido, pois senta-se no lugar vazio junto dela, e coloca o garoto no seu colo. Sorrio para mim, a pensar na família e no seu membro mais novo. Parecem felizes.
Pouso o livro, e pela primeira vez, olho para o meu redor. Além de mim e da pequena família, consigo ver uma senhora de avançada idade a dormitar. As esperas podem ser aborrecidas. Do outro lado, vejo dois adolescentes, atentos ao programa que está a passar na TV. Não gosto de televisão e, por isso, volto o meu olhar para outra direcção. Dois idosos aguardam pela sua vez, enquanto folheiam uma revistas que se encontram num pequena mesa castanha clara.
A porta cor-de-rosa abre-se. Um enfermeiro, com uma bata verde, entra. Ansiosa, arrumo as minhas coisas e espero que o meu nome seja dito. Mais uma vez, apanho uma decepção. Após o nome ser dito em voz alta, duas vezes, a senhora que anteriormente dormitava levanta-se e, em passos lentos, dirige-se para o seu exame. Que sorte, penso para mim.
Novamente, pego no meu livro, e também, no MP4. Fico ansiosa quando fico muito tempo sem ouvir música. Ao som dos Coldplay, leio mais um pouco, enquanto espero. Então, vejo a mãe a amamentar o recém-nascido. É um momento bonito, e ser me aperceber, fico a olhar para os dois. Sou apanhada pelo miúdo, que fica muito sério a olhar para mim. Desvio o olhar, um pouco envergonhada, confesso. Mais uma vez, a porta abre-se. Desta vez, não ponho as coisas no saco. Nem sequer olho para o enfermeiro.
Rita Rodrigues Borges. Por fim, o meu nome é dito. Com um suspiro, levanto-me e passo pela porta cor-de-rosa. Por fim.


Estou assustada. O meu joelho não me dá descanso, e os médicos não fazem boa cara. Não gosto disto.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Suspiro

Sem testes, orais sobre direitos humanos e assassinos em série, autobiografias de outras pessoas que não nós, o que parece um pouco estranho, sem relatórios de visitas de estudo, vê's de Gowin que não fazem sentido, sem relatórios de actividades laboratoriais com cheiro a ácido súlfurico, sem portefólios para tudo e mais alguma coisa, sem contratos de leitura que nos fazem ficar uma noite inteira acordados, sem trabalhos que não fazem o menor sentido.
Férias. Férias.Férias.


Com exames à porta.
Como em tudo na vida, há sempre um senão.

sábado, 30 de maio de 2009

15 de Agosto de 1900

Caríssimo leitor, se esta carta se encontra nas suas mãos neste momento, significa então que já não me encontro entre os vivos. Este simple pedaço de papel, juntamente com outros objectos que me pertencem, ou costumavam pertencer, foi deixado pela minha pessoa dentro de um baú, em que a combinação é a idade da minha morte, supondo, no entanto, que o excelentíssimo senhor leitor desta minha humilde redacção sabe já este facto, visto ser portador da mesma. Neste momento, sinto-me cada vez mais fraco e pressinto a aproximação do fim. Aqui, em Paris, uma súbita preocupação surgiu: será que serei lembrado após a minha morte? Assim, deixo aqui algumas pistas daquilo que foi a minha vida para que vós possais dizer ao mundo quem foi Eça de Queirós e aquilo que a sua curta existência trouxe de útil para o mundo.
José Maria Eça de Queirós, assim fui baptizado após o meu controverso nascimento a 25 de Novembro de 1845, em Póvoa do Varzim. De um lado, o meu papá, José Maria Teixeira de Queirós, magistrado judicial. Do outro, a mamã, Carolina Augusta Pereira d’Eça. Devido às condições ilegais da relação de meus pais, fui, precocemente, afastado destes, e levado com tenra idade para junto de meus avós paternos, onde estes habitavam perto de Aveiro.
Após a minha avó materna sucumbir, estava eu com quatro anos então, deu-se, por fim, o casamento do pai e da mãe. Todavia, este facto não alterou o facto de ser considerado filho ilegítimo pela sociedade, permanecendo, assim, afastado daqueles que me deram vida.
Tinha dez anos e uma vida inteira pela frente, quando fui internado num Colégio no Porto, o Colégio da Lapa, onde permaneci até ao momento em que ingressei na Faculdade de Direito de Coimbra, em 1881. Aí, conheci os caros Teófilo Braga e Antero de Quental. Em 1866, após concluir os estudos académicos, parti para Lisboa onde, apesar de exercer funções relacionadas com o curso que tinha acabado de concluir, não sentia um grande futuro em relação à prática desta profissão. Assim, em 1867, parti para Évora, onde fundei um modesto jornal “O Distrito de Évora”. Alguns meses mais tarde, mudei-me novamente para Lisboa, onde passei a colaborar com “A Gazeta de Portugal”.
Em 1869, tive a estupenda oportunidade de viajar pelo Egipto e pela Palestina, dois inspiradores países, onde cheguei ainda a assistir à inauguração do Canal do Suez. Nessa viagem, fez-se acompanhar comigo o ilustre conde de Resende, que me apresentou a sua belíssima irmã, Emília de Castro Pamplona, com quem, para minha grande satisfação, viria a casar, já no ano de 1886. O ambiente, as pessoas, o modo de vida, as recordações dessa jornada foram tantas e tão enriquecedoras que me foi possível, através da memória, redigir o livro O Egipto, onde podemos encontrar essas mesma impressões vividas durante todo o percurso e, ainda, criaram o ambiente propício para a realização do romance A Relíquia.
No mesmo ano, juntamente com o meu já conhecido e companheiro Antero de Quental e Batalha Reis, desenvolvemos a forma de Carlos Fradique Mendes, facto que, algum tempo mais tarde, viria a encarar como um alter-ego.
Em 1870, juntamente com um antigo docente de Francês do Colégio que frequentei enquanto rapaz, Ramalho Ortigão, escrevi alguns folhetins a que, juntos, apelidámos de O Mistério da Estrada de Sintra. A saudável sociedade prolongou-se por mais algum tempo, culminado com a publicação da crítica social e política As Farpas.
Já em Lisboa, reencontrei, mais uma vez, Antero de Quental e, em conjunto com outros estudiosos, formamos o Cenáculo, de onde surgiram as Conferências de Casino. Naquela altura, sentia-se a grande revolta de vários indivíduos, onde o Ultra-Romantismo e a Estagnação do País eram contestados. Pelas ruas, era cada vez mais notável a presença de insatisfeitos com a situação que o país atravessava. Cheguei, ainda, a ser porta-voz de uma das conferências do casino, mais concretamente a quarta, onde foi discutido o realismo como nova expressão de arte. No entanto, a crescente insatisfação do poder monárquico acerca desta revolta fez com que o Governo, movido pelas acusações de ofensa às leis da monarquia e ataque a questões como o Estado e a religião, proibisse as Conferências e encerrasse o casino.
Apesar desta proibição, esta questão terminou com a vitória dos ideais preconizados pela nossa geração, provocando, assim, uma completa renovação cultural, com a acentuação do papel de intervenção social que a literatura deve ter, pondo de parte a retrogradação do ultra-romantismo e dando espaço ao impulsionamento do realismo.
Em 1870, mais um desafio, o cargo de administrador do Concelho de Leiria que, com o qual, me permitiu recolher informações que para conceber o ambiente que um dos meus livros iria ter, O Crime do Padre Amaro.
Entrementes, em 1872, fui nomeado Cônsul em Havana que, na altura, era uma colónia espanhola. Fiz uma duradoura viagem pelo Canadá e Estados Unidos, na qual escrevi o conto Singularidades de uma Rapariga Loura e criei a primeira versão de O Crime do Padre Amaro.
Já no ano de 1874, fui transferido para Newcastle, onde escrevi O Primo Basílio, e onde surgiram as primeiras ideias das quais viriam a surgir Os Maias, O Mandarim e A Relíquia.
Catorze anos depois, já casado, fui enviado para o Consulado de Paris, onde publiquei ainda, em jornais, A Correspondência de Fradique Mendes e A Ilustre Casa de Ramires.
Entre 1889 e 1892, tive ainda a oportunidade de criar e dirigir a “Revista de Portugal”.
Hoje, permaneço neste muito último destino, a cidade do amor, Paris. Sinto que, muito em breve, vos deixarei. Sei, bem dentro de mim, que amanhã será a última vez que verei a luz do sol, que poderei pegar numa caneta e escrever aquilo que me vai na alma. Porque a Literatura é tão bela! Assim, caro leitor, suponho que se encontra no dia 16 de Agosto de, vamos lá ver, 2008, no dia do 108º aniversário da minha morte, o código do cofre onde irei colocar esta pequena biografia. Imagino a vossa cara quando recebeu uma carta em sua casa com a localização precisa do baú. Deixo, portanto, tudo preparado para que este meu pequeno tesouro vá parar às mãos certas, no dia certo. E que melhores mãos senão aquelas onde corre o mesmo sangue que o meu?
Resta-me agora a vista da cidade tão linda, que me há-de encher de alegria nestes últimos, mas preciosos, momentos e uma folha de papel, onde escrevo estas últimas palavras, as derradeiras.


15 de Agosto de 1900
Eça de Queirós.






Rita.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Vem Outono, vem....

Se não soubesse em que dia do ano nos encontramos, poderia dizer que 21 de Junho já está bastante distante. A um mês do ínicio do Verão, o calor já me está a incomodar. Saudades da chuva e de ouvir o vento gritar enquanto estou deitada na minha cama, a sonhar com o dia em que vou ter uma bibliotea só minha. Calor é sinónimo de transpiração, que por sua vez significa mau estar. Venham os dias cinzentos e propícios a histórias de terror!

Pouco falta para o fim das aulas. Em qualquer outro ano, provavelmente, por estar altura, já estaria a contar os segundos para o tão esperado descanso do guerreiro. Mas este ano, não.
Parece que hoje estou muito dada a significados, porque fim de aulas significa exames nacionais de Biologia e Geologia e de Fisico-Química e estes significam o fim da minha paz de espírito. Gostava de não me deixar afectar por isto, mas é um pouco complicado.
Enfim, como diz o Daniel, vou deixar de bater no ceguinho. Seja como for, não são dois míseros exames que me vão tirar a boa disposição. (Isto sou eu a tentar convencer-me a mim, própria, pois está claro.)

E mais uma coisa. Obrigado, professora.

Dia mais chato.


O dia estava quente. Muito quente, aliás. As roupas colavam-se ao corpo, como se fizessem parte dele, de tal modo que se podia notar a anatomia de cada um, tal era o suor que os corpos emanavam. Os mais idosos procuravam abrigo em todas as sombras que pudessem encontrar e os mais pequenos, esses, deliciavam-se com os sistemas de rega que tratavam da hidratação da relva do parque da vila, correndo e rebolando na erva húmida para combater o calor. Ouvia-se, aqui e ali, vizinhos e conhecidos a comentarem a grande seca que o país atravessava naquele ano, o calor que se apresentava dia após dia, as temperaturas que pareciam nunca mais baixar. Viam-se casais de namorados, cães correndo à volta dos seus donos, impacientes por se refrescarem. Todos pareciam conformados com aquele dia de Verão que, para mim, era apenas mais um.

Travis - Re-Offender
Rita.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

The Warning


Everything was in silence when, all of a sudden, dogs started to bark desperately, frightening all the community of that little tribal village. Everyone was whispering in the streets because they felt that something really chilling was about to happen and they were not wrong.
Among all the people, a woman screams and the silence falls. People look to each other with a question in their horrifying eyes. The fear invades young and old and the will to help that scared voice starts to grow in the community.
“My child!!! My sweet boy! I can’t find him. Please, help me!”
The silence was immediately replaced by worried voices, and histerical shrieks.
“ I want a moment to think. Please, be quit...”
The old man wasn’t shouting to the people but they all seemed to hear him. He was standing on a rock with his back straight and a tribal staff in a wood in his wrinkled hands.
“ We must think. We must get a plan. First of all, I need to ask you something, Akawara. Did you noticed anything weird today?”
Akawara said that besides the mysterious disappearance of her son, nothing unusual took place in the village. Everybody started to search for the kid but they didn’t find any clue about the place where he could be.
As no one could find him, someone came with a theory that made the legs tremble.
The ancestors of that community believed that Thor, one of their gods, demanded the sacrifice of children, otherwise the annual harvest would be ruined.
Since the beginning of the investigation, eleven more children had disappeared and White Eagle, the old man that leads the tribe, decided that someone should look for spiritual answers.
To do so, he went to the cave where statues of gods were. Thor was also there... White Eagle was praying when, suddenly, someone interrupted his line of thoughts.
Akawara was breathless, running towards his leader.
“White Eagle, I found them! They’re in a clearing in the woods near the mystical waterfall.”
A bright smile appeared in the leader’s face as if nothing was better than the news he had just received.
“Thanks’ to Ashalmin, god of life! Let´s reunite all the members of this village and then you can show us the way.”
And so it was... a short time later, they were in the clearing in the woods where they found all the missing children. They were on the floor, forming a circle and looking at something that the rest of the inhabitants couldn´t see.
Akawara finally saw her son and she ran towards him like all the other mothers.
“ Iakary, why did you all come here alone? Why? We were so worried!”
Iakary looked at his mother with a look of incomprehension on his childish face...
“We didn´t come here alone... Can’t you see all these people here with us?”
White Eagle was listening to the conversation and, suddenly, all of the mysteries started to make some sense to him. He had always listened to some stories about the spirits of the forest that only child could see and animal could feel. So, he was able to solve all the dark problems that had fallen over his people and he discovered why dogs barked everytime a child disappeared. They knew what was about to happen. They felt the presence of the other world and they tried to warn them...

End of Story ;)
Daniel Dantas Gomes
Rita Rodrigues Borges
Sara Esteves Cerqueira

Somos tão talentosos que até irrita :b

Provavelmente, a história tem um final sangrento, visto os membros do grupo serem um pouco, vá, macabros. Mas nada de especial.

domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe

O Dia da Mãe teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem americana, Anna Jarvis, perdeu a sua mãe e entrou em completa depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração e consequentemente o Dia da Mãe alastrou-SE por todo Estados Unidos e, em 1914, a sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio.
Em Portugal, o Dia da Mãe é celebrado no primeiro domingo de Maio.

Feliz dia, Mãe.
Porque tiveste a coragem de me carregar durante nove meses.
Porque ainda tens a coragem de me carregar agora.

Jantar em Casa dos Gouvarinho


Na obra, existem vários episódios que nos remetem para a caracterização da sociedade portuguesa, sendo que estes assumem a forma de crítica e de sátira social. Através destes episódios, Eça de Queirós transporta-nos para uma sociedade onde os defeitos sociais impedem o progresso e a renovação das mentalidades e onde ninguém parece ter inteligência ou vontade suficiente para alterar esta situação. De facto, é-nos apresentada uma sociedade onde aqueles que têm o poder de ultrapassar a estagnação do país vivem na ignorância e no refúgio do luxo, fazendo pouco ou nada que possa ser considerado útil para a sociedade que os rodeia. Os defeitos supracitados são apresentados como espelho dos elementos estruturadores da acção portuguesa e da forma de compreender e de estar no mundo daqueles que integram o país.
O episódio da crónica de costumes do qual irei falar é o jantar na casa dos Gouvarinho.
O jantar em casa dos Gouvarinho é marcado pela crítica social que está presente devido ao diálogo entre personagens e, principalmente, pela atitude que estes tomam face às situações. Este jantar permite-nos observar a degradação dos valores sociais, o atraso intelectual do país, a mediocridade mental de algumas figuras da alta burguesia e da aristocracia. São-nos apresentados vários temas de conversa que são introduzidos no decorrer do diálogo que se estabelece na casa dos Gouvarinho e que Eça utilizou para radiografar a ignorância das classes dirigentes do país.
Neste episódio, é facilmente visível o atraso e a estagnação do país.
Numa conversa entre D. Maria e Carlos, Carlos afirma que tudo permanece igual.

“Creio que não há nada de novo em Lisboa, minha senhora, desde a morte do senhor D. João VI.”
(Capítulo XII, página 389,edição antiga, e página 395, na edição recente)
Esta afirmação de Carlos é um perfeito indicador da inércia da população portuguesa, que em nada contribui para a evolução social do país. Esta falta de actividade foi, talvez, um dos pontos fulcrais que Eça de Queirós tentou abordar com “Os Maias”, uma vez que toda a obra dá relevância à apatia dos habitantes.
Durante o jantar, é possível apreciar duas concepções opostas sobre a educação da mulher. Por um lado, uma mulher deve ter capacidade para falar sobre livros ou artigos de revista mais simples sem que, no entanto, tenha capacidade intelectual que lhe permita discutir abertamente assuntos de cariz literário, político ou social com um homem. Por outro lado, as melhores qualidades, e aquelas às quais se deveria dar mais relevância, são as de dona de casa, ou seja, cozinhar e ser uma boa mulher. Citando Ega:
“A mulher só devia ter duas prendas: cozinhar bem e amar bem.”
(Capítulo XII, página 398, edição antiga, e página 404, edição recente)

Naquela época, a educação das mulheres não era considerada uma prioridade e as mulheres mais dotadas intelectualmente eram, de certa forma, temidas pelos homens como, mais uma vez, Ega afirma.

“Uma mulher com prendas, sobretudo com prendas literárias, sabendo dizer coisas sobre o sr. Thiers, ou sobre o sr. Zola, é um monstro, um fenómeno que cumpria recolher a uma companhia de cavalinhos, como se soubesse trabalhar nas argolas.”
(Capítulo XII, página 398, edição antiga, e página 404, edição recente)

O Conde de Gouvarinho afirma que as mulheres deveriam poder discutir um livro de formas a tornar a conversa interessante, mas Ega opõem-se a esta ideia.

“O dever de uma era primeiro ser bela, e depois ser estúpida…”
(Capítulo XII, página 397, edição antiga, e página 403, edição recente)

Com esta afirmação arrojada de Ega, que diminui as capacidades das mulheres e que as rebaixa intelectualmente, o Gouvarinho altera a sua opinião.
“O conde afirmou logo com exuberância que não gostava também de literatas: sim, decerto o lugar da mulher era junto do berço, não na biblioteca.”
(Capítulo XII, página 397, edição antiga, e página 403, edição recente)

Estes comentários sobre as mulheres são representativos da sociedade em que se vivia, uma vez que a educação das mulheres não era considerada prioritária e apenas os homens podia interferir na vida cívica. O papel do sexo feminino na sociedade de então era de mero espectador, não tinham opinião definida sobre nada do que as rodeava e, mesmo tendo, o que elas diziam era desvalorizado pelos homens, pois eram eles quem detinha o poder e quem tomava todas as decisões.
Eça de Queirós retrata esta realidade através do discurso entre indivíduos da alta sociedade que, em vez de tentarem alterar a posição apática deste grupo de pessoas, manifestavam o seu desagrado face a essa mudança e apoiavam resolutamente esta inactividade.
A falta de cultura dos indivíduos que são detentores de cargos que os inserem na esfera social do poder é um dos pontos mais criticados neste episódio sendo também aquele que mais se destaca sob a forma de Sousa Neto, da Instrução Pública.
Sousa Neto, que deveria ser um homem de grande inteligência e cultura, aparece-nos como um ignorante e alguém com os horizontes limitados. Quando Ega lhe pergunta se sabe o que diz Proudhon, Sousa Neto demonstra falta de conhecimento sobre este socialista utópico uma vez que, em modo de desculpa, argumenta que não se recorda “textualmente” da obra, referindo depois que “Proudhon era um autor de muita nomeada”. No entanto, perante a insistência de Ega, e quando este menciona “as grandes páginas de Proudhon sobre o amor”, sintetiza a sua ignorância pensando que está a demonstrar grande conhecimento.

“Não sabia – disse ele com um sorriso infinitamente superior – que esse filósofo tivesse escrito sobre assuntos escabrosos!”
(Capítulo XII, página 398, edição antiga, e página 404, edição recente)

Com isto, Sousa Neto demonstra não conhecer aquilo que o rodeia e Ega, aproveitando esta oportunidade para o provocar, pergunta-lhe, consternado, como poderia o amor ser considerado um assunto escabroso. Sousa Neto demonstrou um pouco de embaraço mas, para não dar parte de fraco nem de pessoa inculta, reuniu toda a sua dignidade e defendeu-se da pergunta acusadora de Ega.

“ É meu costume, sr. Ega, não entrar nunca em discussões e acatar todas as opiniões alheias, mesmo quando elas sejam absurdas…”
(Capítulo XII, página 399, edição antiga, e página 405, edição recente)

Esta afirmação de Sousa Neto é uma forma de Eça afirmar que os detentores de altos cargos na sociedade portuguesa são pessoas sem ideias próprias e cuja falta de cultura os impede de participar activamente numa discussão sobre aquilo que se passa à sua volta. Demonstra uma incapacidade latente de proferir uma opinião e de tomar decisões que promovam o avanço do país. Está, portanto, aqui presente, uma das principais causas da estagnação que se fazia sentir na altura, a incapacidade de agir dos governadores.
Outra personagem muito representativa da ignorância das classes dirigentes é o Conde de Gouvarinho. Este homem tenta criar um diálogo inteligente sobre a escravatura mas, não percebendo a ironia sarcástica por detrás das palavras proferidas por João da Ega, muda inesperadamente de assunto de forma a não ter que formular nova opinião.

“O nosso Ega quer fazer simplesmente um paradoxo e tem razão, tem realmente razão, porque os faz brilhantes…”
(Capítulo XII, página 393, edição antiga, e página 399, edição recente)

O deslumbramento pelo estrangeiro revela os horizontes limitados dos elementos dirigentes do país. O estrangeiro era-lhes apelativo, pois tudo, ou quase tudo, que conheciam se cingia à realidade Lisboeta. Por este facto, e para demonstrarem um conhecimento que, na realidade, não possuem, tentam falar de outros países como se já lá tivessem estado. É numa destas tentativas de demonstrar conhecimentos que o Conde de Gouvarinho explica à senhora de escarlate como era o país que Carlos da Maia havia visitado.

“País de grande prosperidade, a Holanda!.. Em nada inferior ao nosso… Já conheci mesmo um holandês que era excessivamente instruído…”
(Capítulo XII, página 390, edição antiga, e página 396, edição recente)

Todavia, quem sente uma maior curiosidade e fascínio pelo estrangeiro é Sousa Neto que chega até a questionar Carlos sobre Inglaterra e sobre a sua literatura.

“E diga-me outra coisa – prosseguiu o sr. Sousa Neto, com interesse, cheio de curiosidade inteligente. – Encontra-se por lá, em Inglaterra, desta literatura amena, como entre nós, folhetinistas, poetas de pulso?...”
(Capitulo XII, página 399, edição antiga, e página 405, edição recente)

Sousa Neto é, mais uma vez, a personagem alvo da crítica de Eça pois o facto de ele demonstrar tanta admiração por outros países faz com que seja visível o seu aprisionamento cultural, confinado às terras portuguesas.

Neste episódio é também bastante visível o facto de os homens que estão em posição de poder em Portugal valorizarem mais o luxo e o “chique” que, propriamente as acções em prol do espaço em que estão inseridos.
“Mas ele agora não falava tanto do talento do Barros como parlamentar, como homem de estado. Falava do seu espírito de sociedade, do seu esprit…”
(Capítulo XII, página 393, edição antiga, e página 399, edição recente)
É, assim, clara a crítica que Eça de Queirós pretende fazer neste episódio: a sociedade portuguesa está em estagnação e as pessoas de poder nos altos cargos da sociedade preferem o luxo e a diversão às actividades políticas e/ou sociais que a sua posição exige.

domingo, 19 de abril de 2009

25 e 26 de Março de 2009

A partida de Arcos de Valdevez foi às 6 horas e 30 minutos e todos estávamos muito curiosos em relação a tudo aquilo que iríamos visitar e muito entusiasmados pelo tempo que iríamos passar em Lisboa. No entanto, a nossa primeira paragem foi no Cabo Mondego onde pudemos reconhecer o fascínio geológico que as rochas representam.
Em geologia é importante termos presente a noção de tempo geológico, tão diferente da escala temporal da nossa vida. A unidade de tempo em geologia é o milhão de anos. Uma montanha pode levar dezenas de milhões de anos para se formar; um oceano pode abrir, crescer, fragmentando um continente e separando por distâncias de milhares de quilómetros diferentes placas litológicas.
A Serra da Boa Viagem, inserida na Orla Meso-Cenozóica Ocidental onde predominam rochas sedimentares químicas e detríticas, apresenta cerca de 6 km e termina, abruptamente, nas vertentes setentrional e ocidental onde dominam as escarpas de natureza carbonatada.
No sector ocidental desta serra, o Cabo Mondego, aflora uma espessa série de sedimentos, que registam, de forma notável, alguns dos principais acontecimentos da História da Terra. O intervalo de tempo registado situa-se aproximadamente entre os 180 e os 140 milhões de anos, verificando-se ao longo da costa desde a praia da Murtinheira o Jurássico Inferior e Médio e, até à baía de Buarcos, o Jurássico Superior.
Os locais com registo sedimentar expressivo e com conteúdo elevado em amonites são locais com grande interesse para as Ciências da Terra, dado que testemunham com rigor um determinado intervalo de tempo da História da Terra.

Para o intervalo de tempo considerado, os marcadores estratigráficos normalmente utilizados em sedimentos marinhos são as amonites, um grupo extinto de moluscos cefalópodes, que se assemelhavam às actuais lulas e chocos. A ocorrência destes fósseis no Jurássico Médio do Cabo Mondego é particularmente relevante, na medida em que, com base na sua distribuição vertical, se conseguem precisar as escalas do tempo geológico.
O Jurássico Superior, cujos sedimentos assentam sobre o Jurássico Médio, proporciona a observação de corpos sedimentares característicos de ambientes de transição, como, por exemplo, recifais.

“A História Geológica do nosso país durante os tempos jurássicos está inscrita nas falésias do Cabo Mondego. Preserve-a porque ela não se repete”. Helena Henriques, geóloga

Para além dos dados geológicos que apreendemos nesta visita ao Cabo Mondego adquirimos também mais conhecimentos sobre alguns seres marinhos como o ouriço-do-mar que encontrámos à beira da água.
O ouriço-do-mar, segundo o que a professora de geologia explicou, tem cinco dentes, localizados na superfície inferior do corpo. Estes dentes formam um bico e estão unidos num sistema de ossículos e músculos bastante complexo, denominado Lanterna de Aristóteles. Como alguns dos ouriços que encontramos não tinham espinhos, os dentes eram facilmente visíveis assim como o ânus que se encontra na parte superior do corpo. O ouriço-do-mar é um equinoderme, tal como as estrelas-do-mar e os pepinos-do-mar. Alimenta-se de outros invertebrados e de algas que raspa das rochas com os dentes. Não tem olhos mas o corpo está coberto por células sensíveis à luz. Assim que detecta luz, cobre-se com conchas, pequenas pedras e algas. Apesar de não parecer, estes animais movem-se com a ajuda de pés ambulacrários. O seu esqueleto duro e coberto de espinhos não é suficiente para os proteger de alguns caranguejos Europeus, estrelas-do-mar e peixes.
Nesta visita, tivemos a oportunidade de apreciar a beleza natural do Cabo Mondego enquanto adquiríamos mais conhecimentos acerca do mesmo. O curto espaço de tempo em que permanecemos neste local foi especialmente interessante para nós, uma vez que pudemos analisar, de forma independente, as características das rochas e o porquê das mesmas, tal como procurar fósseis que aí se pudessem encontrar. Acabamos por encontrar amonites, bastante comuns nesse local.





Pelo facto de o tempo disponível ser limitado, não pudemos permanecer tanto quanto gostaríamos. Assim, continuamos a nossa viagem, tendo parado algum tempo para almoçar.
Decorrido esse pequeno espaço de tempo no qual pudemos descontrair um pouco, seguimos para uma fábrica de vidro da Marinha Grande, Jasmim. Aí, observamos o fabrico de vidro para decoração, sendo que os trabalhadores chegaram mesmo a fazer um pequeno cavalo de vidro com o intuito de demonstrarem a forma como o material era moldado. Visitámos o Jasmim Glass Studio da Marinha Grande, todavia, a Jasmim é uma marca reconhecida em todo o país, exportando as suas peças para mais de 23 países.


A arte de fabricar o vidro é muito antiga, ignorando-se a forma como surgiu. A vocação vidreira da Marinha Grande surgiu no século XVIII, porque possuía o combustível de eleição em abundância para a época, a lenha. Previamente, a indústria tinha sido expulsa pelas populações dos arredores de Lisboa, dado o enorme consumo dos fornos e a escassez de madeira e reactivada na Marinha Grande devido à influência do Marquês de Pombal.
O vidro é uma substância líquida, com um altíssimo grau de viscosidade à temperatura ambiente, variando em função da temperatura. É composto basicamente por areia (sílica ou vitrificante), sulfato ou carbonato (abaixo da temperatura de fusão da sílica) e cal (normalmente utilizada), que atribui resistência ao vidro. Quando essa mistura é elevada à temperatura de 1500º C, forma uma massa plástica e viscosa. O processo de fusão é muito complexo e envolve basicamente reacções químicas entre as diversas matérias-primas, a formação de fases líquidas e homogéneas, a eliminação dos gases produzidos nas reacções químicas e, finalmente, a formação de uma massa vítrea homogénea pronta para ser fornecida às máquinas de formação.
À medida que a massa, daí resultante, vai arrefecendo, a viscosidade vai também aumentando gradualmente formando-se, desta forma, o vidro. A coloração, por seu turno, é conseguida pela adição de substâncias químicas tais como o cobalto (azul) e o óxido de cobre (verde).


Enquanto observávamos a formação do vidro, fomos compreendendo as diferentes fases da sua formação e, essencialmente, o seu manuseamento e os cuidados que os trabalhadores necessitam de ter para o mesmo. Para além de assistir ao fabrico de peças decorativas, fomos ainda à loja onde os produtos estavam expostos para apreciar mais a fundo o trabalho realizado pela marca, sendo que alguns de nós compraram pequenas peças de vidro que, pelas suas cores e formas, nos apelaram bastante. Ainda na loja, tivemos também oportunidade de assistir a um breve filme sobre a história vidreira.
Após esta curta visita partimos, então, para a pousada do Inatel de Oeiras, onde pernoitaríamos. Quando lá chegamos, dividimo-nos por quartos, fomos jantar e voltamos para a pousada, onde alguns se divertiram com os jogos que tinham trazido de casa e outros se reuniram na parte de fora a conversar, a tocar guitarra, a jogar às cartas ou ao telefone, com as professoras que estiveram connosco até à hora em que o silêncio tinha que ser mantido. Aí, fomos todos recobrar energias para o dia seguinte, se bem que nem todos o tenham conseguido convenientemente.
Com um pouco mais de energia partimos, então, em direcção ao oceanário que era, para alguns, o local que suscitava um maior entusiasmo.
O oceanário de Lisboa é um espaço de lazer que promove o conhecimento da vida marinha e sensibiliza os cidadãos para a conservação da natureza, através da alteração dos seus comportamentos. Foi inaugurado em 1998 no âmbito da exposição mundial do séc. XX, cujo tema foi “Os Oceanos, um Património para o Futuro”.


Durante a visita, pudemos observar mais de 8.000 animais e plantas, de cerca de 500 espécies diferentes, nos cinco diferentes habitats representados: o Indico Tropical, o Atlântico, o Pacífico, o Antárctico e o Aquário Central que representa o Oceano Global e mostra a unidade dos Oceanos.
A primeira coisa que nos foi dada a observar foi o Aquário central (onde se encontram cerca de 100 espécies diferentes) que á a principal atracção do Oceanário e representa o oceano global que cobre 71% da superfície da Terra e contribui para 99% do espaço disponível para a vida. Neste aquário, os animais mais conhecidos são os tubarões, as raias, a manta, as garoupas e as barracudas, sendo ainda possível observar peixes de cardume, como as cavalas e os xaréus, que cruzam os oceanos. No entanto, o que nos chamou mais atenção foi um peixe gigante com uma beleza fora do comum e que nenhum de nós tinha visto antes, o peixe-lua.
O peixe-lua é o maior peixe ósseo do mundo, podendo atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar mais de duas toneladas. Deita-se frequentemente à superfície da água deixando-se levar pela corrente, comportamento que lhe permite equilibrar a temperatura corporal. Este animal encontra-se em risco devido à sua natureza delicada e aos movimentos lentos que fazem com que seja apanhado facilmente por redes à deriva ou outros métodos de pesca.

Neste aquário, facilmente se identificavam quais os peixes que nadam mais à superfície e aqueles que preferem as zonas mais profundas.
O habitat do Atlântico Norte representa uma faixa que se estende desde a Islândia até aos Açores, ao longo da Crista Média Atlântica. As rochas que aí se encontram representam a origem vulcânica da ilha, simulando a experiência de estar numa gruta natural dos Açores. Neste habitat pudemos observar corais, peixes ósseos, estrelas-do-mar e aves. Aqui, aquilo que nos chamou mais atenção foram as aves pela sua beleza e pelas suas características peculiares.
O habitat do Antárctico representa, na realidade, uma faixa conhecida por zona sub-Antárctica compreendida entre a frente Polar Antárctica e a Convergência sub-tropical. Nestas zonas, as formações de pedra calcária encontram-se, devido à forte acção do vento e da neve, estratificadas e desgastadas.
Neste habitat a principal atracção era, indubitavelmente, a comunidade de pinguins que, por serem animais extremamente resistentes e leais entre si, apaixonam qualquer pessoa que admire a vida animal. Os pinguins são animais que vivem em zonas mais frias e que apenas têm um companheiro durante toda a sua vida. Enquanto as fêmeas vão à procura de alimento, os machos guardam os ovos enquanto que, de forma a se protegerem das condições adversas, formam um círculo para conseguirem manter a temperatura corporal.

Todavia, neste habitat também vivem peixes ósseos, tubarões e andorinhas que, apesar de não suscitarem um tão elevado grau de interesse como os pinguins, são igualmente fascinantes.
O habitat do Pacífico recriado, corresponde a uma faixa costeira rochosa, típica da costa de Monterey Bay, na Califórnia. Em termos climáticos é uma região temperada, onde a temperatura do ar ronda os 17ºC. Neste habitat havia muita diversidade. Tinha tubarões, aves, peixes ósseos, estrelas-do-mar, etc. Todavia, aquilo que nos cativou imediatamente foram as lontras devido à sua dócil beleza. Estes animais fizeram-nos esquecer que havia mais coisas para ver e, por isso, ainda estivemos bastante tempo a observar a forma como nadavam despreocupadamente.
A lontra-marinha é um mamífero com características muito peculiares e que está adaptado à vida no mar. O pêlo, que a mantém seca e protegida do frio, é constituído por duas camadas, muito densas, que prendem bolhas de ar entre as fibras oleosas. Estes animais abrem as carapaças e conchas das suas presas batendo-lhes com uma pedra. Conseguem manter a temperatura corporal constante e repor toda a energia que gastam porque comem, diariamente, o equivalente a 30% do seu peso.


Um guia que se encontrava ao nosso lado estava a explicar que a Amália, por ser fêmea, era mais inteligente que o Eusébio que preferia as partes mais atléticas, ou seja, nadar. Enquanto lá estivemos observámos os funcionários do oceanário a darem alimento às duas lontras e também como elas, habilidosamente, conseguiam descascar o mesmo.
O habitat do Índico corresponde, em termos climáticos, a uma zona conhecida como Índico Tropical.
A temperatura da água neste habitat tropical está acima dos 20ºC, durante todo o ano, propiciando a construção de recifes de coral pois, apesar de os corais existirem em todo o oceano, apenas na zona tropical se formam recifes.
Este habitat representa, do ponto de vista geológico, as ilhas Seychelles e contém uma enorme variedade de aves, peixes ósseos e plantas.
Assim, o Índico é caracterizado pela existência de várias ilhas coralinas, estando neste habitat representado, do ponto de vista geológico, as Seychelles. As praias arenosas, cobertas de vegetação luxuriante, escondem uma enorme variedade de aves, que se advinham pelos sons perfeitamente audíveis.
A visita decorreu com normalidade, enquanto observávamos a grande diversidade de espécies existentes neste espaço tão agradável. Observámos, para além de todos os seres marinhos e aves, um pequeno filme onde nos era explicado de forma muita sucinta, mas clara, a forma como o Oceanário era dirigido e os cuidados e tratamentos que eram necessários realizar para o bem-estar de todas os seres vivos presentes nos aquários. Entre outras coisas, ficámos a saber com esta visualização que é necessário um trabalho diário desempenhado com a maior dedicação pela equipa de biólogos e aquaristas para que as espécies possam viver num ambiente limpo e saudável, e ainda que são necessários mais de sete milhões de litros de água salgada para abastecer todo o Oceanário.
Por mera curiosidade queremos ainda acrescentar que o percurso da visita é circular e unidireccional, no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Este percurso simboliza, deste modo, um regresso ao passado, ao reencontro do Oceano, que desde sempre desempenhou um papel primordial na evolução e regulação da vida no planeta.
Terminada a visita, tivemos a oportunidade de fazer um passeio pelo parque das Nações num comboio de turismo. Vimos alguns dos pontos mais importantes deste parque, como o pavilhão Atlântico e a torre Vasco da Gama. A pequena expedição terminou junto ao centro comercial Vasco da Gama, onde iríamos almoçar.
À hora combinada, após um curto momento de descontracção, seguimos para a Fundação Calouste Gulbenkian para visitarmos a exposição A Evolução de Darwin. Esta é uma exposição sobre a história da evolução desde o século XVIII até aos nossos dias.
Nesta exposição, foi-nos explicada a viagem de Darwin a bordo do Beagle, que foi o principal contributo para que este cientista pudesse formular a sua teoria. Durante cinco anos, Darwin teve a oportunidade de visitar vários locais por todo o planeta, observando e registando os padrões na distribuição geográfica das espécies vivas e na distribuição geológica e geográfica dos fósseis, que viriam a ser cruciais na fundamentação da teoria.


Depois desta viagem absolutamente decisiva para a sua formação, Darwin sabia que era necessário testar a sua teoria antes que pudesse mostrá-la ao mundo. Assim, após desembarcar o Beagle, viveu alguns anos em Londres, desenvolvendo aí a teoria da evolução por meio de selecção natural, que consiste num mecanismo de competição em que a variabilidade de certos indivíduos lhes permite uma melhor adaptação ao meio e, desse modo, os torna mais eficientes a passar os seus genes à descendência, preservando essa variabilidade de geração em geração. É também em Londres que Darwin desenha a primeira árvore evolutiva, pretendendo representar as ligações de parentesco existente entre as espécies. Apenas vinte anos e incansáveis estudos e experiências mais tarde, é que este cientista vê os seus estudos editados na obra A Origem das Espécies

Ao longo da exposição, observamos ainda espécies vivas, como piranhas, tartarugas e suricatas, que simbolizavam a diversidade animal que Darwin encontrou durante a viagem que realizou.
A exposição termina com uma ponte para o século XX, com uma alusão às principais figuras que deram corpo à síntese neodarwinista que vigora hoje e que casa o mecanismo da selecção natural com as leis da genética de Mendel. A referência à descoberta do ADN é ilustrada por uma enorme escada da qual se sai por um escorrega de RNA.


Com esta exposição tivemos oportunidade de aprofundar os conteúdos programáticos da disciplina de biologia pois foi relativamente fácil de compreender o rumo que Darwin seguiu durante a sua vida. Esta exposição, para além dos elementos estáticos e dos animais vivos, tinha também uma sala onde se podia visualizar um filme sobre Charles Darwin. Este filme era a representação da vida de Darwin e explicava a história das suas mais importantes teorias o que facilitou a compreensão da generalidade da exposição.
Terminada a visita a esta exposição, voltamos para o autocarro e regressamos a Arcos de Valdevez, onde chegámos por volta da meia noite.








Upa, upa.

domingo, 5 de abril de 2009

2-1

Antes de mais nada, tenho que dizer que sou, provavelmente, uma das pessoas em todo o mundo com o sistema imunitário mais fraco. Uma simples brisa e, pufff, fez-se o Chocapic e eu fiquei sem voz.

Falando de factos referidos anteriormente, 2-1, foi o resultado final do tão aguardado jogo com os Castanheira, a favor do Atlético. Golos de Steven e Campos (se não me engano).



Arcos de Valdevez

Arcos de Valdevez é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e subregião do Minho-Lima, com cerca de 2 200 habitantes.
É sede de um município com 445,89 km² de área e 24 466 habitantes (2006), subdividido em 51 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Monção, a nordeste por Melgaço, a leste pela Espanha, a sul por Ponte da Barca, a sudoeste e a oeste por Ponte de Lima e a oeste por Paredes de Coura.
O ponto mais alto do concelho situa-se na Pedrada, com a altitude de 1416 metros, na Serra da Peneda.
De repente, fiquei cheia de orgulho da terrinha. :)
Stereophonics, Maybe Tomorrow. Uma boa opção.
E tu, por onde andas?

sábado, 4 de abril de 2009

Abril, águas mil

Abril, águas mil.
Pelas nuvens que estão lá fora, posso dizer que este provérbio popular se aplica perfeitamente ao dia de hoje.

Sábado, quatro de Abril de 2009, jogo entre o Atlético de Valdevez (juvenis) e uma equipa das fortezinhas. E como a amiga maravilhosa que eu sou, vou estar lá a apoiar os jogadores. Vai ser como antes. Nós as duas, e eles no campo. O resto é conversa..
Ah Jorge, a ver se marcas um golinho.:b

terça-feira, 31 de março de 2009

Gogas


2009
Bem, chegámos ao presente. Devo dizer que desde os tempos antigos, a Rita mudou bastante, principalmente a nível psicológico. Fisicamente, as coisas permanecem quase iguais. As sardas estão presentes, assim como os olhos e o cabelo castanho, como seria de esperar. Apesar de a turma ter sofrido muitas mudanças, continuo a ser uma das mais altas.
Psicologicamente, as coisas são um pouco diferentes. Sou ateia, e penso que teria sido mais justo se tivesse tido a oportunidade de escolher se me queria baptizar ou não. Infelizmente, a minha mãe não partilha da mesma opinião, e, com apenas três meses, fui baptizada na igreja da terra da minha mãe, Grade. Acredito que existe algo para além daquilo que podemos tocar e ver, mas penso que acreditar na existência de alguém perfeito que está a olhar por cada um de nós é um pouco exagerado. Além disso, não podemos afirmar que Deus é perfeito sem sequer assumir uma forma material. Contudo, estes são os meus ideais, e respeito todos aqueles que não partilharem da mesma opinião que eu. Afinal, se pensássemos todos da mesma maneira, o mundo seria um pouco aborrecido.
Adoro a minha família. Todos, os tios, primos, avós, enfim. É uma das partes essenciais à minha sobrevivência e sei que se algum dia me encontrar numa situação menos boa, é com eles que posso contar. Normalmente, aos Domingos, reunimo-nos todos na casa da minha avó e falamos de tudo o que se possa imaginar. É dos melhores momentos pelos quais passo. Quando estou com eles, estou feliz.
Considero-me uma rapariga afastada daquilo que me rodeia. Costumo dizer que pode cair uma bomba à beira da minha casa, e eu sou, provavelmente, a última a saber. As minhas mudanças de humor repentinas são uma constante. Num momento, estou muito bem-disposta, dois segundos depois sinto-me a pessoa mais infeliz do mundo. É um factor normal do meu dia-a-dia. Penso que as pessoas que convivem comigo já são imunes a estes incómodos momentos. Já sabem o que esperar de mim.
Sou uma pessoa descoordenada por Natureza. Não sou capaz de passar um dia sem tropeçar, cair, esfolar uma perna, arranhar um braço ou, pior ainda, magoar alguém. O meu sentido de equilíbrio é péssimo e, sem querer, sou capaz de fazer coisas verdadeiramente extraordinárias que comprometem a minha saúde e a daqueles que me rodeiam. Talvez seja por isso que, em Edução Física, as pessoas evitam aproximar-se de mim. Sou considerada um perigo público.
Devo confessar que sou um ser muito orgulhoso, e talvez seja este o meu maior defeito. É muito raro dar o braço a torcer, mesmo em situações que saiba não ter razão. Por vezes, mesmo sabendo que não tenho fundamento naquilo que estou a dizer, tento levar a minha avante, tentando arranjar quaisquer provas que possam comprovar a minha teoria. Sou, ainda, uma pessoa muito tímida e custa-me imenso falar para multidões. Existem indivíduos que me apelidam de “anti-social”, e tenho que admitir que seja, em parte, verdade. Na realidade, não gosto de grandes concentrações de seres humanos num mesmo espaço. Não gosto de conhecer muitas pessoas novas. Se estiver numa rua e vir alguém aproximar-se que sei que me vai cumprimentar, passo imediatamente para o lado contrário da estrada. Com o passar do tempo, este tornou-se um acto involuntário e inconsciente.
Sei aquilo que me faz falta, aquilo que me provocaria dor física caso me faltasse. Os livros fazem parte da minha vida. Quando preciso de me refugiar em algum lado, é nos livros que vou procurar abrigo, pois tenho a certeza que é possível encontrar resposta para as minhas dúvidas nas páginas enriquecedoras de uma boa obra. Quando leio alguma coisa que me agrada verdadeiramente, sou capaz de ficar horas e horas a ler intensivamente, sem nunca me cansar, e não passa um único dia em que eu esteja mergulhada numa nova história. Neste momento, na minha cabeceira, podemos encontrar Um Sonho de Amor, de Nora Roberts.
Não imagino a minha existência sem a presença da música. O meu ritual diário, sem excepção, consiste em ouvir música mal acorde. Assim, tenho a certeza que o meu dia vai correr um pouco melhor. Não sou daquelas pessoas que é capaz de ouvir todos os estilos de música. Eu tenho o meu género específico e, infelizmente, acho que todos os outros são uma total perda de tempo. Infelizmente porque o mais correcto seria respeitar os gostos dos outros. No entanto, relativamente a este caso específico, não sou capaz de ser tão liberal. A música clássica é a número na minha lista de gostos musicais. Mozart, Tchaikovsky, Klaus Badelt, Hans Zimmer e outros tantos fazem parte dos intérpretes que mais oiço. É difícil descrever aquilo que sinto quando oiço composições destes artistas. Sei apenas que por vezes, a música me toca de tal maneira que me faz chorar. É um sentimento impossível de descrever com palavras. Estranhamente, além do classicismo, sou adepta do Rock alternativo, que em nada tem a ver com a música clássica. Talvez seja por isso que sou tão apaixonada por ambos, por serem tão diferentes.

Admiro com todas as minhas forças o vocalista da conhecida banda Nirvana, Kurt Cobain, talvez por ter sacrificado a sua própria vida pela sua filha. O facto de Nirvana ser uma das minhas bandas de eleição tem também um contributo nesta minha admiração.

Não sou uma rapariga muito adepta do desporto, até porque quando me aventuro em algo em que seja necessário correr, o resultado nunca é muito positivo. No entanto, outra das coisas que não posso dispensar é a natação. Desde miúda que este desporto me provoca arrepios de prazer e, até há algum tempo atrás, fui uma praticante incansável desta modalidade. Adorava ir para dentro de água e descarregar todas as minhas energias. Era uma actividade onde podia descontrair. Infelizmente, devido a acidentes de percurso, tive que pôr de lado esta paixão por algum tempo. Espera-se por melhores dias. O basquetebol, apesar de não exercer o mesmo efeito que este último, é também um desporto que me dá satisfação praticar. Visto estar a falar de desporto, tenho que acrescentar que sou uma adepta do Sport Lisboa e Benfica.
Não gosto de cores muito fortes, nem de dar nas vistas. Sempre que possível, uso o preto. Gosto de meias, e talvez seja este o meu grande vício. Sou pontual, demasiadamente, e chego a ficar com falta de ar quando não estou a horas num determinado sítio. A minha fruta preferida é a romã e sou alérgica a maças e ao pó. Por vezes, sinto-me um pouco deslocada, porque deve ser dos poucos adolescentes que prefere um prato de sopa a um cheio de batatas fritas. Sou muito melhor ouvinte do que oradora e, quando precisam de mim, tento estar lá para o que der e vier.
Os meus amigos são tudo. Devo dizer que os verdadeiros se contam pelos dedos, mas os que tenho são os melhores. Não existe nada a que dê tanta importância como àquelas pessoas que estão lá sempre que eu preciso, que me apoiam incondicionalmente, sejam quais forem as minhas escolhas, que me repreendem quando faço algo menos correcto.
There´s nothing in the world bigger than our friendship, not even the statue of Liberty.
Gosto de História, e tenho a certeza que se me deixassem escolher as disciplinas que gostava de ter, esta seria, sem dúvida, uma delas. Não sou muito adepta da televisão, mas não dispenso séries como Anatomia de Grey ou Dexter. Gosto, também, de animes. Vá-se lá perceber porquê.
Não sei muito bem o quero fazer no meu futuro, mas se tivesse que escolher já, seria alguma coisa relacionada com anatomia patológica ou com a área de história, com toda a certeza. Se bem que uma não tenha a nada a ver com outra. Irrelevante.

Em suma, sou uma rapariga com dezasseis anos, signo leão, sensível, sorridente, instável, teimosa, orgulhosa, esquisita, simpática, nervosa e que não sobrevivo sem música, livros, amigos e família. Um aborrecimento.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Buzz


Parece que é mesmo verdade. As férias chegaram, e com elas, o tão esperado descanso. Nunca senti uma necessidade tão grande de fazer uma pausa nas aulas. Ando mesmo cansada...


Tarde de hoje passada a jogar Buzz. As pipocas e o compal de laranja marcaram presença, portanto posso dizer que aproveitei da melhor forma o primeiro dia. Tantas gargalhadas fizeram-me recordar os velhos tempos da primária, em que a minha única preocupação era se me mascarava de ice tea ou coca cola no Carnaval. Ai, ai.... Saudades.


Já estou instalada na minha nova habitação, se bem que ainda me faz um pouco de impressão os barulhos. Com os dias de hoje, sabe-se lá o que é que se esconde no escuro.


sexta-feira, 20 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

E a liberdade aproxima-se.


Rita.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Outono




Morri. Do nada. Morri, e agora estou morta. Estou demasiado pálida, cheiro mal e estou num avançado estado de decomposição.
Estou morta, fim de história.
Sei onde estou. Estou num bosque perto da escola. Um bosque onde passei muitas tardes da minha curta vida, sempre na companhia da Luna. A Luna é uma rapariga que pensa demasiado. Eu não ouvi a Luna. E agora estou morta.


Sabes o que dizem. Não és surda. Sabes perfeitamente que, quando passas por ele, pões o teu à escuta. É um reflexo. Já não tens qualquer controlo sobre ele. Os dias passam, uns atrás dos outros, uns iguais aos outros, e tu não consegues parar de ouvir, não consegues parar de sentir aquilo que sentes. E tu achas que a culpa não é tua. Achas que a culpa é dele, por olhar para ti quando passas, por segredar con outros coisas que tu não és capaz de ouvir, mas que tentas, uma e outra vez. Coisas que tu imaginas no teu interior serem lindos comentários à tua indumentária, frases suaves e melodiosas que dizem o quão sedoso está hoje o teu cabelo. Mas são, simplesmente, ideias da tua cabeça, porque, na realidade, tu não sabes nada. Nunca soubeste.



A minha mãe está muita preocupada e deprimida. Já desapareci há cerca de três dias e a polícia continua sem ter nenhuma informação acerca do meu paradeiro. Já interrogaram o Hades, o meu vizinho.
Ele chora, e grita, e chama por Rar, pedindo que este o ajude. Mas Rar não pode ajudá-lo, porque está muito ocupado a alimentar as criancinhas de África. Então, Hades, num último acto de desespero, pergunta ao agente da lei que está a interrogá-lo se este tem filhos. O oficial diz-lhe, muito respeitosamente, que não é a sua família, nem ele próprio, que estão em causa naquele momento, e pede-lhe que se limite a responder às perguntas que lhe forem feitas. Hades diz-lhe que tem uma filha da minha idade, a Juno.
A Juno é uma adolescente de dezasseis anos muito solitária, devo dizer. Quando eu ainda vivia com a minha mãe, quando ainda não estava desaparecida, costumava ver a Juno sempre sozinha, perto da sala vinte e três. Na maioria das vezes, usava duas tranças, que mantinham o seu grande cabelo ruivo no sítio, e umas jardineiras, que a faziam parecer uma menina da primária, assustada no primeiro dia de escola.
Hades diz-lhe que tem uma filha da minha idade, e diz-lhe ainda que, como pai, seria incapaz de fazer mal a uma criança tão viva e brincalhona como eu.
O polícia volta a perguntar-lhe onde é que eu estou. Hades, triste e deprimido, recomeça a chorar, derrotado. Não diz mais nada. Fecha-se na sua concha, e pensa apenas na sua filha, Juno.
Juno. Juno.Juno
O polícia suspira, fecha o dossier, abre a porta da sala de interrogatórios e sai, despedindo-se em silêncio.
Eu sempre gostei do senhor Hades, o meu vizinho.

- Onde vamos? – Perguntei, impaciente.
Apesar de ter um palpite de qual seria o local para nos estávamos a deslocar, senti, por obrigação, que deveria perguntar à Luna para onde nos dirigíamos. Afinal, apesar de eu a conhecer desde que entrei para a pré – primária, onde mordia os outros meninos e lhes tirava coisas como forma de vingança, não podia ter certeza de que ela não era uma assassina psicopata, desejosa de estar a sós comigo para poder espetar-me o seu pica-gelo na minha carótida.
- Sendo hoje dezoito de Novembro, podemos dizer que nos encontrámos no Outono, certo? Portanto, vamos apanhar castanhas. –
Ridiculamente, uma sensação de alívio invadiu-me por completo. Descobrira que, uma parte de mim, acreditava realmente nas ideias absurdas que o meu imaginário conseguia criar. Apesar de sentir que conhecia totalmente a pessoa com quem me encontrava naquele momento, percebi que não podia ter certezas de absolutamente nada. Toda a gente escondia segredos. E ela não era, com certeza, excepção.
- Dás-me um beijinho, dás? –
- Não. –
- Porquê? –
- Porque os rapazes não podem brincar com as raparigas. –
- Eu não quero brincar, só quero um beijinho. –
- Não. –
- Porquê? –
- Porque os rapazes não dão beijinhos às raparigas.
- Mau. –

- Professora, a Ariadne mordeu-me! –


Sei que estou no Outono. Só morri há duas semanas. Lembro-me de, no meu último dia de vida, ter ido com a Luna ir apanhar castanhas para fazermos o magusto que todos os anos se realiza na minha casa. Aliás, penso que foi a última coisa que fiz antes de tudo ter acontecido. Além disso, consigo ver à minha volta folhas vermelhas, amarelas, castanhas. Sim, continuamos no Outono. Está frio, o que permite que o meu corpo se mantenha num estado de decomposição bastante atrasado.
Na minha opinião, continuo bastante bonita, tendo em consideração o meu estado recentemente adquirido.


Entras na cafetaria, pensado nas possibilidades do teu dia. Sabes que terás que apresentar aquele trabalho de literatura, sabes que lerás um excerto da aparição, porque a professora já o delineou na última aula, sabes que ele olhará para ti. Hoje não será um dia diferente de todos os outros. Sentar-te-ás perto da porta de entrada, esperando que ele entre. Olharás para o relógio, controlando as horas, sempre com a certeza que não estás atrasada, nem adiantada, porque sabes que és pontual. Esperarás cerca de cinco minutos, e então, aparecerá a Luna, sorridente e ansiosa, que te contará tudo o que fez na tarde anterior, quando não estava contigo. Ouvirás, sempre atenta à porta, sempre à espera que ele apareça, para iluminar o teu dia. Concordarás com ela, fazendo um “hum, hum” e, de vez em quando, um “A sério?”, para que lhe demonstrares que és uma boa amiga, e que te preocupas com aquilo pelo que ela passa. Permanecerás sentada com a Luna, aproximadamente dez minutos e então, ouvirás a porta abrir. Virarás o pescoço na direcção do som, a Luna perguntar-te-á se estás a ouvi-la, e ele entrará.
Majestoso, dono de si mesmo.


A minha mãe telefona à minha família e, um a um, os meus tios, primos, avós, ficam a saber que eu desapareci. Passaram três dias, e nada. A minha mãe está inconsolável. Avisar os meus familiares é um evidente sinal desse desespero. Só numa situação de grande emergência é que a minha mãe se atreveria a entrar em contacto com qualquer um deles.

Demorámos praticamente a tarde toda, mas o esforço valeu a pena. Quando terminámos, tínhamos dois sacos cheios. Dois sacos que nos iam permitir ter um magusto recheado.
Caminhámos em silêncio. Não era, de todo, necessário preencher todos os momentos com conversas sem qualquer fim. Não existia qualquer tipo de constrangimento entre mim e a Luna. Assim, estabelecemos simplesmente um diálogo silencioso, e quando dei por mim, estava completamente mergulhada nos meus pensamentos. Por momentos, esqueci-me da presença da minha confidente e deixei-me levar pelas minhas ideias e esperanças, que eram uma das bases que me permitiam continuar a respirar.


Cheira a erva molhada e frutos secos. A minha roupa está encharcada, pois estou deitada sobre uma poça de lama que as chuvas de Outono provocaram. Na realidade, é pouca a roupa que possuiu. Estou morta há duas semanas e estou branca, cheiro mal e estou num avançado estado de decomposição e, apesar de tudo isto, na realidade, a minha única preocupação neste momento é saber razão pela qual fui morta. Porque, neste ponto, é a única duvida que assola a minha mente.


Sem que ele perceba, olharás na sua direcção, observando cuidadosamente o seu belo rosto, avaliando cada sorriso, cada expressão, cada ruga que não existe ainda. Suspirarás, e então, o toque da campainha soará, e, desiludida como sempre, correrás para a primeira aula do dia.
Sais de português, mentalmente cansada, pois o professor Pires é demasiado exigente.
Atravessas a porta, desejando um resto de bom dia ao teu docente, porque a tua mãe te ensinou que é assim que deve ser. Levas os teus livros ao colo, pois no dia anterior deixaste cair a tua mochila num balde de lixívia que a senhora Ísis, a nossa amiga que nos dá uma pequena ajuda de vez em quando nas lides domésticas (não vou dizer que é a nossa empregada, porque Ísis é quase como se fosse da família) estava a utilizar.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sexta- Feira Treze

A Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar.
O número 13 é considerado de má sorte. Na numerologia o número 12 é considerado de algo completo, como por exemplo: 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 signos do zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular, sinal de infortuna. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.
Esta superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.
Outra possibilidade para esta crença está no facto de Jesus Cristo ter sido, provavelmente, morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.
Além da justificação cristã, existem ainda duas outras versões que provêm da mitologia nórdica, que explicam a superstição. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma discussão que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí, veio a crença de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada numa bruxa. Como vingança, passou a reunir-se todas as sextas com outras 11 bruxas e o demónio, e os 13 rogavam pragas aos humanos.