quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Noite

A noite, antes tão segura e acolhedora, revelava-se agora repleta de perigos e aterrorizadora. Andar sozinha adivinhava-se um sacrifício e dava por mim a olhar para trás para me certificar que ninguém me seguia. Estava assustadíssima, pois não fazia ideia do que esperar. Estava habituada a conhecer pormenorizadamente todos os casos com que me defrontava diariamente, pelo que, desta vez, sem saber aquilo que iria acontecer, sentia-me como um peixe fora de água. Não conseguia respirar confortavelmente e sentia o pânico muito prestes a rebentar. Odiava sentir-me tão vulnerável. Por norma, não era isso que costumava acontecer.
De repente, a minha atenção desviou-se para os audíveis movimentos captados no meu campo de visão. Alerta, parei, esperando e observando com cautela, desejando que fosse algum animal à procura de alimento, ou um movimento de algum arbusto provocado pelas fortes ventanias que se faziam sentir nesse noite. Fosse o que fosse, não podia baixar a guarda. Por isso, esperei.
Esperei durante dez minutos. Achava melhor jogar pelo seguro. Mais valia prevenir do que remediar. Só quando tive a certeza de que não corria qualquer perigo é que regressei ao meu caminho, andando agora mais rapidamente. Era aconselhável encontrar um abrigo o mais rápido possível. A noite era perigosa, e eu sabia-o, agora mais do que nunca. Talvez fosse mais aconselhável caminhar apenas durante o dia. Provavelmente, iria demorar mais tempo até chegar ao locar da missão, mas mais valia chegar atrasada do que não chegar de todo.



É melhor que estudar BCM.