terça-feira, 31 de março de 2009

Gogas


2009
Bem, chegámos ao presente. Devo dizer que desde os tempos antigos, a Rita mudou bastante, principalmente a nível psicológico. Fisicamente, as coisas permanecem quase iguais. As sardas estão presentes, assim como os olhos e o cabelo castanho, como seria de esperar. Apesar de a turma ter sofrido muitas mudanças, continuo a ser uma das mais altas.
Psicologicamente, as coisas são um pouco diferentes. Sou ateia, e penso que teria sido mais justo se tivesse tido a oportunidade de escolher se me queria baptizar ou não. Infelizmente, a minha mãe não partilha da mesma opinião, e, com apenas três meses, fui baptizada na igreja da terra da minha mãe, Grade. Acredito que existe algo para além daquilo que podemos tocar e ver, mas penso que acreditar na existência de alguém perfeito que está a olhar por cada um de nós é um pouco exagerado. Além disso, não podemos afirmar que Deus é perfeito sem sequer assumir uma forma material. Contudo, estes são os meus ideais, e respeito todos aqueles que não partilharem da mesma opinião que eu. Afinal, se pensássemos todos da mesma maneira, o mundo seria um pouco aborrecido.
Adoro a minha família. Todos, os tios, primos, avós, enfim. É uma das partes essenciais à minha sobrevivência e sei que se algum dia me encontrar numa situação menos boa, é com eles que posso contar. Normalmente, aos Domingos, reunimo-nos todos na casa da minha avó e falamos de tudo o que se possa imaginar. É dos melhores momentos pelos quais passo. Quando estou com eles, estou feliz.
Considero-me uma rapariga afastada daquilo que me rodeia. Costumo dizer que pode cair uma bomba à beira da minha casa, e eu sou, provavelmente, a última a saber. As minhas mudanças de humor repentinas são uma constante. Num momento, estou muito bem-disposta, dois segundos depois sinto-me a pessoa mais infeliz do mundo. É um factor normal do meu dia-a-dia. Penso que as pessoas que convivem comigo já são imunes a estes incómodos momentos. Já sabem o que esperar de mim.
Sou uma pessoa descoordenada por Natureza. Não sou capaz de passar um dia sem tropeçar, cair, esfolar uma perna, arranhar um braço ou, pior ainda, magoar alguém. O meu sentido de equilíbrio é péssimo e, sem querer, sou capaz de fazer coisas verdadeiramente extraordinárias que comprometem a minha saúde e a daqueles que me rodeiam. Talvez seja por isso que, em Edução Física, as pessoas evitam aproximar-se de mim. Sou considerada um perigo público.
Devo confessar que sou um ser muito orgulhoso, e talvez seja este o meu maior defeito. É muito raro dar o braço a torcer, mesmo em situações que saiba não ter razão. Por vezes, mesmo sabendo que não tenho fundamento naquilo que estou a dizer, tento levar a minha avante, tentando arranjar quaisquer provas que possam comprovar a minha teoria. Sou, ainda, uma pessoa muito tímida e custa-me imenso falar para multidões. Existem indivíduos que me apelidam de “anti-social”, e tenho que admitir que seja, em parte, verdade. Na realidade, não gosto de grandes concentrações de seres humanos num mesmo espaço. Não gosto de conhecer muitas pessoas novas. Se estiver numa rua e vir alguém aproximar-se que sei que me vai cumprimentar, passo imediatamente para o lado contrário da estrada. Com o passar do tempo, este tornou-se um acto involuntário e inconsciente.
Sei aquilo que me faz falta, aquilo que me provocaria dor física caso me faltasse. Os livros fazem parte da minha vida. Quando preciso de me refugiar em algum lado, é nos livros que vou procurar abrigo, pois tenho a certeza que é possível encontrar resposta para as minhas dúvidas nas páginas enriquecedoras de uma boa obra. Quando leio alguma coisa que me agrada verdadeiramente, sou capaz de ficar horas e horas a ler intensivamente, sem nunca me cansar, e não passa um único dia em que eu esteja mergulhada numa nova história. Neste momento, na minha cabeceira, podemos encontrar Um Sonho de Amor, de Nora Roberts.
Não imagino a minha existência sem a presença da música. O meu ritual diário, sem excepção, consiste em ouvir música mal acorde. Assim, tenho a certeza que o meu dia vai correr um pouco melhor. Não sou daquelas pessoas que é capaz de ouvir todos os estilos de música. Eu tenho o meu género específico e, infelizmente, acho que todos os outros são uma total perda de tempo. Infelizmente porque o mais correcto seria respeitar os gostos dos outros. No entanto, relativamente a este caso específico, não sou capaz de ser tão liberal. A música clássica é a número na minha lista de gostos musicais. Mozart, Tchaikovsky, Klaus Badelt, Hans Zimmer e outros tantos fazem parte dos intérpretes que mais oiço. É difícil descrever aquilo que sinto quando oiço composições destes artistas. Sei apenas que por vezes, a música me toca de tal maneira que me faz chorar. É um sentimento impossível de descrever com palavras. Estranhamente, além do classicismo, sou adepta do Rock alternativo, que em nada tem a ver com a música clássica. Talvez seja por isso que sou tão apaixonada por ambos, por serem tão diferentes.

Admiro com todas as minhas forças o vocalista da conhecida banda Nirvana, Kurt Cobain, talvez por ter sacrificado a sua própria vida pela sua filha. O facto de Nirvana ser uma das minhas bandas de eleição tem também um contributo nesta minha admiração.

Não sou uma rapariga muito adepta do desporto, até porque quando me aventuro em algo em que seja necessário correr, o resultado nunca é muito positivo. No entanto, outra das coisas que não posso dispensar é a natação. Desde miúda que este desporto me provoca arrepios de prazer e, até há algum tempo atrás, fui uma praticante incansável desta modalidade. Adorava ir para dentro de água e descarregar todas as minhas energias. Era uma actividade onde podia descontrair. Infelizmente, devido a acidentes de percurso, tive que pôr de lado esta paixão por algum tempo. Espera-se por melhores dias. O basquetebol, apesar de não exercer o mesmo efeito que este último, é também um desporto que me dá satisfação praticar. Visto estar a falar de desporto, tenho que acrescentar que sou uma adepta do Sport Lisboa e Benfica.
Não gosto de cores muito fortes, nem de dar nas vistas. Sempre que possível, uso o preto. Gosto de meias, e talvez seja este o meu grande vício. Sou pontual, demasiadamente, e chego a ficar com falta de ar quando não estou a horas num determinado sítio. A minha fruta preferida é a romã e sou alérgica a maças e ao pó. Por vezes, sinto-me um pouco deslocada, porque deve ser dos poucos adolescentes que prefere um prato de sopa a um cheio de batatas fritas. Sou muito melhor ouvinte do que oradora e, quando precisam de mim, tento estar lá para o que der e vier.
Os meus amigos são tudo. Devo dizer que os verdadeiros se contam pelos dedos, mas os que tenho são os melhores. Não existe nada a que dê tanta importância como àquelas pessoas que estão lá sempre que eu preciso, que me apoiam incondicionalmente, sejam quais forem as minhas escolhas, que me repreendem quando faço algo menos correcto.
There´s nothing in the world bigger than our friendship, not even the statue of Liberty.
Gosto de História, e tenho a certeza que se me deixassem escolher as disciplinas que gostava de ter, esta seria, sem dúvida, uma delas. Não sou muito adepta da televisão, mas não dispenso séries como Anatomia de Grey ou Dexter. Gosto, também, de animes. Vá-se lá perceber porquê.
Não sei muito bem o quero fazer no meu futuro, mas se tivesse que escolher já, seria alguma coisa relacionada com anatomia patológica ou com a área de história, com toda a certeza. Se bem que uma não tenha a nada a ver com outra. Irrelevante.

Em suma, sou uma rapariga com dezasseis anos, signo leão, sensível, sorridente, instável, teimosa, orgulhosa, esquisita, simpática, nervosa e que não sobrevivo sem música, livros, amigos e família. Um aborrecimento.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Buzz


Parece que é mesmo verdade. As férias chegaram, e com elas, o tão esperado descanso. Nunca senti uma necessidade tão grande de fazer uma pausa nas aulas. Ando mesmo cansada...


Tarde de hoje passada a jogar Buzz. As pipocas e o compal de laranja marcaram presença, portanto posso dizer que aproveitei da melhor forma o primeiro dia. Tantas gargalhadas fizeram-me recordar os velhos tempos da primária, em que a minha única preocupação era se me mascarava de ice tea ou coca cola no Carnaval. Ai, ai.... Saudades.


Já estou instalada na minha nova habitação, se bem que ainda me faz um pouco de impressão os barulhos. Com os dias de hoje, sabe-se lá o que é que se esconde no escuro.


sexta-feira, 20 de março de 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

E a liberdade aproxima-se.


Rita.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Outono




Morri. Do nada. Morri, e agora estou morta. Estou demasiado pálida, cheiro mal e estou num avançado estado de decomposição.
Estou morta, fim de história.
Sei onde estou. Estou num bosque perto da escola. Um bosque onde passei muitas tardes da minha curta vida, sempre na companhia da Luna. A Luna é uma rapariga que pensa demasiado. Eu não ouvi a Luna. E agora estou morta.


Sabes o que dizem. Não és surda. Sabes perfeitamente que, quando passas por ele, pões o teu à escuta. É um reflexo. Já não tens qualquer controlo sobre ele. Os dias passam, uns atrás dos outros, uns iguais aos outros, e tu não consegues parar de ouvir, não consegues parar de sentir aquilo que sentes. E tu achas que a culpa não é tua. Achas que a culpa é dele, por olhar para ti quando passas, por segredar con outros coisas que tu não és capaz de ouvir, mas que tentas, uma e outra vez. Coisas que tu imaginas no teu interior serem lindos comentários à tua indumentária, frases suaves e melodiosas que dizem o quão sedoso está hoje o teu cabelo. Mas são, simplesmente, ideias da tua cabeça, porque, na realidade, tu não sabes nada. Nunca soubeste.



A minha mãe está muita preocupada e deprimida. Já desapareci há cerca de três dias e a polícia continua sem ter nenhuma informação acerca do meu paradeiro. Já interrogaram o Hades, o meu vizinho.
Ele chora, e grita, e chama por Rar, pedindo que este o ajude. Mas Rar não pode ajudá-lo, porque está muito ocupado a alimentar as criancinhas de África. Então, Hades, num último acto de desespero, pergunta ao agente da lei que está a interrogá-lo se este tem filhos. O oficial diz-lhe, muito respeitosamente, que não é a sua família, nem ele próprio, que estão em causa naquele momento, e pede-lhe que se limite a responder às perguntas que lhe forem feitas. Hades diz-lhe que tem uma filha da minha idade, a Juno.
A Juno é uma adolescente de dezasseis anos muito solitária, devo dizer. Quando eu ainda vivia com a minha mãe, quando ainda não estava desaparecida, costumava ver a Juno sempre sozinha, perto da sala vinte e três. Na maioria das vezes, usava duas tranças, que mantinham o seu grande cabelo ruivo no sítio, e umas jardineiras, que a faziam parecer uma menina da primária, assustada no primeiro dia de escola.
Hades diz-lhe que tem uma filha da minha idade, e diz-lhe ainda que, como pai, seria incapaz de fazer mal a uma criança tão viva e brincalhona como eu.
O polícia volta a perguntar-lhe onde é que eu estou. Hades, triste e deprimido, recomeça a chorar, derrotado. Não diz mais nada. Fecha-se na sua concha, e pensa apenas na sua filha, Juno.
Juno. Juno.Juno
O polícia suspira, fecha o dossier, abre a porta da sala de interrogatórios e sai, despedindo-se em silêncio.
Eu sempre gostei do senhor Hades, o meu vizinho.

- Onde vamos? – Perguntei, impaciente.
Apesar de ter um palpite de qual seria o local para nos estávamos a deslocar, senti, por obrigação, que deveria perguntar à Luna para onde nos dirigíamos. Afinal, apesar de eu a conhecer desde que entrei para a pré – primária, onde mordia os outros meninos e lhes tirava coisas como forma de vingança, não podia ter certeza de que ela não era uma assassina psicopata, desejosa de estar a sós comigo para poder espetar-me o seu pica-gelo na minha carótida.
- Sendo hoje dezoito de Novembro, podemos dizer que nos encontrámos no Outono, certo? Portanto, vamos apanhar castanhas. –
Ridiculamente, uma sensação de alívio invadiu-me por completo. Descobrira que, uma parte de mim, acreditava realmente nas ideias absurdas que o meu imaginário conseguia criar. Apesar de sentir que conhecia totalmente a pessoa com quem me encontrava naquele momento, percebi que não podia ter certezas de absolutamente nada. Toda a gente escondia segredos. E ela não era, com certeza, excepção.
- Dás-me um beijinho, dás? –
- Não. –
- Porquê? –
- Porque os rapazes não podem brincar com as raparigas. –
- Eu não quero brincar, só quero um beijinho. –
- Não. –
- Porquê? –
- Porque os rapazes não dão beijinhos às raparigas.
- Mau. –

- Professora, a Ariadne mordeu-me! –


Sei que estou no Outono. Só morri há duas semanas. Lembro-me de, no meu último dia de vida, ter ido com a Luna ir apanhar castanhas para fazermos o magusto que todos os anos se realiza na minha casa. Aliás, penso que foi a última coisa que fiz antes de tudo ter acontecido. Além disso, consigo ver à minha volta folhas vermelhas, amarelas, castanhas. Sim, continuamos no Outono. Está frio, o que permite que o meu corpo se mantenha num estado de decomposição bastante atrasado.
Na minha opinião, continuo bastante bonita, tendo em consideração o meu estado recentemente adquirido.


Entras na cafetaria, pensado nas possibilidades do teu dia. Sabes que terás que apresentar aquele trabalho de literatura, sabes que lerás um excerto da aparição, porque a professora já o delineou na última aula, sabes que ele olhará para ti. Hoje não será um dia diferente de todos os outros. Sentar-te-ás perto da porta de entrada, esperando que ele entre. Olharás para o relógio, controlando as horas, sempre com a certeza que não estás atrasada, nem adiantada, porque sabes que és pontual. Esperarás cerca de cinco minutos, e então, aparecerá a Luna, sorridente e ansiosa, que te contará tudo o que fez na tarde anterior, quando não estava contigo. Ouvirás, sempre atenta à porta, sempre à espera que ele apareça, para iluminar o teu dia. Concordarás com ela, fazendo um “hum, hum” e, de vez em quando, um “A sério?”, para que lhe demonstrares que és uma boa amiga, e que te preocupas com aquilo pelo que ela passa. Permanecerás sentada com a Luna, aproximadamente dez minutos e então, ouvirás a porta abrir. Virarás o pescoço na direcção do som, a Luna perguntar-te-á se estás a ouvi-la, e ele entrará.
Majestoso, dono de si mesmo.


A minha mãe telefona à minha família e, um a um, os meus tios, primos, avós, ficam a saber que eu desapareci. Passaram três dias, e nada. A minha mãe está inconsolável. Avisar os meus familiares é um evidente sinal desse desespero. Só numa situação de grande emergência é que a minha mãe se atreveria a entrar em contacto com qualquer um deles.

Demorámos praticamente a tarde toda, mas o esforço valeu a pena. Quando terminámos, tínhamos dois sacos cheios. Dois sacos que nos iam permitir ter um magusto recheado.
Caminhámos em silêncio. Não era, de todo, necessário preencher todos os momentos com conversas sem qualquer fim. Não existia qualquer tipo de constrangimento entre mim e a Luna. Assim, estabelecemos simplesmente um diálogo silencioso, e quando dei por mim, estava completamente mergulhada nos meus pensamentos. Por momentos, esqueci-me da presença da minha confidente e deixei-me levar pelas minhas ideias e esperanças, que eram uma das bases que me permitiam continuar a respirar.


Cheira a erva molhada e frutos secos. A minha roupa está encharcada, pois estou deitada sobre uma poça de lama que as chuvas de Outono provocaram. Na realidade, é pouca a roupa que possuiu. Estou morta há duas semanas e estou branca, cheiro mal e estou num avançado estado de decomposição e, apesar de tudo isto, na realidade, a minha única preocupação neste momento é saber razão pela qual fui morta. Porque, neste ponto, é a única duvida que assola a minha mente.


Sem que ele perceba, olharás na sua direcção, observando cuidadosamente o seu belo rosto, avaliando cada sorriso, cada expressão, cada ruga que não existe ainda. Suspirarás, e então, o toque da campainha soará, e, desiludida como sempre, correrás para a primeira aula do dia.
Sais de português, mentalmente cansada, pois o professor Pires é demasiado exigente.
Atravessas a porta, desejando um resto de bom dia ao teu docente, porque a tua mãe te ensinou que é assim que deve ser. Levas os teus livros ao colo, pois no dia anterior deixaste cair a tua mochila num balde de lixívia que a senhora Ísis, a nossa amiga que nos dá uma pequena ajuda de vez em quando nas lides domésticas (não vou dizer que é a nossa empregada, porque Ísis é quase como se fosse da família) estava a utilizar.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sexta- Feira Treze

A Sexta-feira no dia 13 de qualquer mês, é considerada popularmente como um dia de azar.
O número 13 é considerado de má sorte. Na numerologia o número 12 é considerado de algo completo, como por exemplo: 12 meses no ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus ou 12 signos do zodíaco. Já o 13 é considerado um número irregular, sinal de infortuna. A sexta-feira foi o dia em que Jesus foi crucificado e também é considerado um dia de azar. Somando o dia da semana de azar (sexta) com o número de azar (13) tem-se o mais azarado dos dias.
Esta superstição pode ter tido origem no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, quando a Ordem dos Templários foi declarada ilegal pelo rei Filipe IV de França; os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia.
Outra possibilidade para esta crença está no facto de Jesus Cristo ter sido, provavelmente, morto numa sexta-feira 13, uma vez que a Páscoa judaica é celebrada no dia 14 do mês de Nissan, no calendário hebraico.
Recorde-se ainda que na Santa Ceia sentaram-se à mesa treze pessoas, sendo que duas delas, Jesus e Judas Iscariotes, morreram em seguida, por mortes trágicas, Jesus por crucificação e Judas provavelmente por suicídio.
Além da justificação cristã, existem ainda duas outras versões que provêm da mitologia nórdica, que explicam a superstição. Na primeira delas, conta-se que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma discussão que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí, veio a crença de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça.
Segundo outra versão, a deusa do amor e da beleza era Friga (que deu origem a frigadag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, Friga foi transformada numa bruxa. Como vingança, passou a reunir-se todas as sextas com outras 11 bruxas e o demónio, e os 13 rogavam pragas aos humanos.

Fringe


Sexta-Feira, normalmente associada a longas tardes a ver Fringe e a comer tostas mistas. Hoje não foi excepção, pois está claro. Com muito ou pouco queijo, as minhas são as melhores.


Detesto queijo. Todos os tipos, desde o mal cheiroso até o todo esburacado e, no entanto, sou apaixonada pela mistinhas quentinhas cheinhas de queijinho. Vá-se lá perceber.


Quarto dia consecutivo com Matemática e quase dei em doida. Duas é mau, três é pior, quatro.... quatro não há descrição possível. E ainda por cima funções.

Que estou eu a fazer em científicos, pergunto.



Vou ao circo. A um espectáculo aquático, para ser mais correcta. "Tubarões vivos, únicos em Portugal", dizem eles. Era realmente interessante se fossem eles a possuir os últimos vivos desta espécie.:)

Até aposto em como são tubarões daqueles pequenos que cabem numa mão. Só conversa...

De qualquer maneira, os bilhetes são de graça, portanto não custa nada experimentar.

Espera-se uma noite, vá, agradável.



Rita.



quinta-feira, 12 de março de 2009

NANA


Quinta-feira. Normalmente, dia de jogar xadrez e sueca. Já estou uma profissional.:)

Então, teste de Inglês. Nada de especial, tirando aquele exercício do mais confuso possível em que tínhamos que ligar umas colunas às outras. A apresentação daquele meu exercício está deveras interessante. Que confusão.

Pacto com o Jorge e saímos os dois beneficiados. Eu copiei a D, ele a E. Que sociedade maravilhosa que nós formamos. Que continue por mais algum tempo.

Física e Química: Titulações. Aulas práticas são do melhor. Podia estar o ano todo no laboratório e não me cansar. Especialmente a ver se a professora consegue ser tanto ou mais descuidada do que eu com os ácidos. Descoordenada como eu sou, o mais provável é, um dia destes, ocorrer um acidente. Os resultados iriam ser... catastróficos, digamos. Com ácidos clorídricos à mistura.


Pela tardinha, o quê, o quê? Atílio Braga, com a sua Matemática.

Umas das poucas vezes em que a nossa querida e estimada docente de Filosofia nos iria presentear com uma pequena folguita e, sem darmos conta, aula extra. É preciso ter muita paciência, é sim senhor. O que lhe valhe é eu gostar de si, professor. Apesar dos seus comportamentos, digamos, imprevisíveis, e estou a ser querida.


Chega-se a casa com Frei Luís para estudar. A vontade rebenta pelas costuras. Sento-me no sofá, ligo a TV, e o que está a dar? NANA! Foi o suficiente para eu não ter pegado no livro de Língua Portuguesa o resto da tarde. É demasiado irresistível assistir a um dos melhores animes que já vi. Três episódios e dois iogurtes de banana depois, decidi que era altura de me aplicar, mas aplicar a sério, não como decidi que me ia aplicar para Biologia e acabei a ler O Poço das Sombras o resto da noite. Desta vez, sei tudo o que é suposto, se bem que Português continue e continuará a ser a minha melhor disciplina, sem precisar de um grande esforço da minha parte. Toda a gente tem uma disciplina em que é bom naturalmente. A minha é, sem sombra de dúvida, esta.


Agora, estou a pensar no que vou fazer a seguir. Porque, sem ter que estudar e com os livros todos lidos, pouco me resta. Fica apenas o suave som de Mozart ou a fantástica música dos Nirvana.


Rita.

A Lágrima Partilhada


A lágrima partilhada

O Daniel era um rapaz muito triste, pois há dois anos atrás tinha morrido o seu periquito que trabalhava arduamente para o sustentar. Ficou tão traumatizado que nunca mais viria a comer a sua comida preferida, o fast-food para os jovens de hoje, sementes de periquitos. Daniel tinha os seus treze anos e já era um falhado, seguindo o exemplo de muitos portugueses. Ele comia raízes e era um rapaz amargurado, já não sabia o significado da palavra “higiene” até que encontrou três viajantes chamadas Sara, Paula e Rita. Elas foram pronta e corajosamente procurar a origem daquele nauseabundo cheiro. Ao contrário do que elas haviam pensado era um rapaz da idade delas e não uma gigante doninha fedorenta. Elas dirigiram-se a ele e tentaram perguntar o que se passava mas ele não se lembrava como se falava a extraordinária Língua Portuguesa, só sabia piar, por isso elas perguntaram:
- Quem és –
- Piu... piu…. Piu… piu…. - Respondeu ele.
Elas, como raparigas prestáveis que eram, deitaram-no ao rio e explicaram por gestos como se lavava com sabão (sabão rosa).
Passados dois meses, ele era um rapaz muito limpinho, todo lambidinho. Elas tentavam em vão ensinar-lhe Português mas o mais parecido era “piu, piu”, até que numa manha quente com um frio de rachar, uma manhã de nevoeiro cerrado com um sol resplandecente, Daniel disse a sua primeira palavra “amigas” deixando cair uma lágrima de emoção ao mesmo tempo. Daniel pegou naquela lágrima, partiu-a em quatro, ficou com uma para ele e deu os outros três pedaços às suas amigas. Aquela lágrima partilhada por quatro foi o inicio de uma amizade partilhada por quatro, formando deste modo uma poderosa irmandade secreta chamada POWER PERIQUITOS. Prometeram salvar o mundo de todos os falcões e, evidentemente de todos os

mal cheirosos.



Texto com mais anos que a Cucas, mas com o mesmo significado de há tanto tempo.

Quem são os maiores? Somos nós, pois está claro.

Sara, Rita, Daniel e Paula com 13 anos. Último dia de aulas. Uma das muita fotos tiradas nessa tarde.




Rita.

terça-feira, 10 de março de 2009

Dia extremamente aborrecido, com inscrição para exames e bolachinhas salgadas à mistura.
Preciso de me divertir. Muito urgentemente.

Rita.

Histórias

Nunca conheci a minha mãe. A avó Margarida sempre me contou que a Júnior, como as pessoas da terra dos meus avós tratavam a minha mãe, era, por natureza, uma pessoa insatisfeita. Nada estava como devia ser, e nada estava completamente bem. A minha mãe era muita boa a descobrir pequenos defeitos, quase microscópicos, em coisas insignificantes como pratos, lençóis, e até, piaçabas. A minha avó contou-me, muito entusiasticamente, devo dizer, que houve uma vez, na época em que o tio António tinha acabado de casar e os meus avós andavam à procura de uma novo lar, mais pequeno, visto que o agregado familiar estava a diminuir, em que a Júnior e os seus pais foram ver várias casas. Para a avó Margarida, todas as casas eram perfeitas, cada uma mais bonita que a outra. Para o avô, bem, para o avô eram todas iguais: paredes, janelas e portas. Para a minha mãe, a história era bastante diferente. Se não era a porta que rangia quando abria e fechava, eram os azulejos da cozinha que não estavam completamente limpos, ou então, a torneira que tinha alguma ferrugem. Viram vários apartamentos, casas com jardim, casas sem jardim, até que, quase por milagre, os meus avós descobriram uma coisa que correspondia a todas as expectativas da minha mãe: portas como deve ser, azulejos como deve ser, torneiras como deve ser. Para o avô, era apenas mais uma casa com paredes, portas e janelas. E foi então que a avó Margarida começou a sorrir enquanto nos contava, a mim e ao meu irmão Jaime, o que se tinha passado nessa tarde.
- Mãe, se tu e o pai tiverem gostado, acho que é esta é a casa. A perfeita. Pai? –
O avô acenou com a cabeça, lançou um sorriso tímido à Júnior, e, rapidamente, lançou-se de novo na contagem das nuvens que se podiam observar no céu daquela tarde.
- Mãe? –
Sorriu. Enquanto olhava para a sua filha, podia ver-se que a avó Margarida estava divertida. Imagino que a minha mãe não estivesse a achar piada àquela situação. E muito sinceramente, penso mesmo que não a estava a entender muito bem. A avó sempre fora muito enigmática. Um quebra-cabeças que, com vontade e paciência, era maravilhoso tentar resolver.
- Bem, acho que estás enganada. Acho que esta não é casa. Se reparares bem, aí atrás de ti, sim, mesmo atrás de ti, está uma pequena rachadela na parede. Minúscula, mas mesmo assim, uma rachadela. E ali, Margarida, à beira do pai, aquela janela, ora repara bem. Vês a persiana? Se observares com atenção, vês ali um pequeno buraco que, apesar de parecer insignificante agora, pode tornar-se um complicado problema. -
O avô mostrou os seus dentes brancos, na altura. Fora esta uma das razões que o tinha levado a, vinte e cinco anos antes, ter-se casado com a avó Margarida. Desde esse dia, a minha mãe parecia contentar-se mais facilmente, segundo a avó. É claro que uma pessoa não muda de um dia para o outro, e a vontade de tentar melhorar as coisas persistiu.

domingo, 8 de março de 2009

Gorros...


Hoje, fui à avó Maria, como faço quase todos os Domingos. No entanto, este Domingo foi especial. Não por a avó ser como o Benjamin Button e estar e a ficar mais nova com o passar da idade, mas sim por ser como todas as outras pessoas no mundo e estar a envelhecer.

Pois é, a mãe da minha mãe e dos meus restantes nove tios e tias faz sessenta e oito anos e continua a parecer uma jovem tanto mental como fisicamente. Eu quero ser como tu quando envelhecer, vó, quero sim senhora.
Sabe bem ver as pessoas das quais gostamos felizes, e hoje foi um desses dias. Os olhos da avó brilhavam enquanto cantávamos os parabéns e quando abrimos a garrafa de Champanhe.
Domingo foi isto. Aniversário e pouco mais. Porque neste momento, já sei como vai ser o resto da noite: deitada na minha cama, com o nariz quase no tecto, a pensar no que tenho para fazer amanhã e com a música a tocar baixinho.

Agora, restam-me os gorros pretos que servem melhor para assaltar casas. :)

Rita.

Cucas


São 6.16h e eu estou acordada. Nem dá para acreditar. Tendo em conta que não sou uma pessoa muito dada a manter-me desperta, é um recorde para mim.

Então vamos lá ver.

Sábado, um dia como outro qualquer, exceptuando o pequeno pormenor de que posso ficar relaxada na minha cama, quentinha e descansada.

A minha mãe entra pelo quarto e, tipicamente, começa a falar a um volume que é assustador. Obviamente, eu acordo e fico com um terrível mau humor que logo passa assim que ela me conta uma das suas histórias matinais espectaculares. És a melhor.

Salto da cama mas, como sempre, aleijo-me no pé esquerdo porque salto sempre como se estivesse na cama de baixo. O resultado é interessante.

Passo pela gata, que fica a olhar para mim com os seus olhos verdes gigantes, bebo o meu copo de leite com pouco chocolate e vamos lá para o trabalho.

Mudanças seriam o meu pior pesadelo se a casa para onde vou morar não fosse tão agradável. Assim, a situação até fica mais fácil. Permanece igualmente cansativa, mas mais fácil.

Depois de tudo nas caixas, o meu quarto fica interessante. Fica muito maior, isso é certo. E visto de cima, não tem vida. Ninguém diria que este é o quarto da Rita Rodrigues Borges, sem cor.

Vou pintá-lo, e acho que vai ser uma tarefa divertida. Herdei o meu jeito para este tipo de coisas da minha mãe. Acho até que, se seguisse uma carreira de carpinteira ou electricista, iria ter sucesso. Se bem que não me parece que isso aconteça.

Depois de tudo feito, sento-me e não me levanto mais, apenas quando chega a hora de subir as escadas e enfiar-me debaixo das mantas. O melhor momento do dia, sem a mais pequena dúvida.


Sábados. Uma monotonia.



Rita.

sábado, 7 de março de 2009


Mudanças.

The Moldy Peaches - Anyone else but you


You're a part time lover and a full time friend
The monkey on your back is the latest trend
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed, my body's swinging from side to side
I don't see anyone can see, in anyone else
But you
Here is the church and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't you forgive me?
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
I will find my nitch in your car
With my mp3 dvd rumple-packed guitar
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
Up up down down left right left right b a start
Just because we use cheats doesn't mean we're not smart
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
You are always trying to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
We both have shiny happy fits of rage
You want more fans, i want more stage
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
Don Quixote was a steel driving man
My name is Adam I'm your biggest fan
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
Squinched up your face and did a dance
You shook a little turd out of the bottom of your pants
I don't see what anyone can see in anyone else
But you
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du
But you

Strawberry Cheesecake


Começando pelo princípio.

Dia alegre, onde reinou a boa descontração. Tenho a sensação de que nunca me ri tanto como hoje, quer seja durante o teste ou deitada no tapete da sala da Sara.

Pois, como é óbvio, o Atílio não podia deixar de nos fazer perder tempo que seria muito melhor aproveitado na realização do teste em questão. Já todos sabemos que as suas explicações são as melhores, professor, e que são necessárias, mas, vá, um bocadinho de calma não fazia mal a ninguém. Assim, e com apenas sessenta minutos disponíveis para a realização da ficha de avaliação, eliminei uma das minhas preocupações para este dia. Devo admitir que fiquei um pouco admirada com o grau de dificuldade do bicho. Das duas, uma: ou o professor estava muito bem disposto aquando da criação do teste, ou então, quer mesmo que a gente suba as notas. Não interessa. Fossem todos assim e era tudo muito mais fácil. Entre risos e trocas de impressões com os caríssimos Daniel e Sara, estava a tocar para as dez horas.

Teste feito e seguia-se a apresentação oral sobre Dona Madalena de Vilhena. Ah mulher, tinhas feito bem em desapareceres logo no princípio da obra. Por culpa do senhor Almeida Garret, lá tivemos nós que estudar Frei Luís de Sousa, embora, muito sinceramente, a obra me desperte bastante interesse. Daniel, Sara, Rita e Hugo: Ce la Dream Team! Como não podia deixar de ser, as gargalhadas fizeram parte do discurso. Ora era um, ora outra; na realidade, era dificil conter o riso tendo três palhaços a meu lado. Mas lá conseguimos acabar e, mesmo assim, com grande qualidade. Seguiu-se a Maria, a nossa Micas, Manuel de Sousa Coutinho e o nosso querido Telmo Pais. D. João de Portugal ficou em casa devido a problemas técnicos e, num ápice, a aula tinha passado. Ah, benditas apresentações...

Hóquei. Última aula do dia: Educação Física. E chegamos ao ringue de boxe com stiks. Jorge contra Daniel, e o desfecho é inesperado e excitante.


Gelado de Strawberry Cheesecake. Melhor sobremesa para um dia um nada peculiar. Supostamente, era para acabar o nosso espectacular trabalho, mas a vontade era tanta... que acabamos por ficar a jogar trivial pursuit até às vinte e três e quarenta e cinco.


Devido a factos previamente mencionados, encontro-me, de momentos, com uma grande dor abdominal, que se explica perfeitamente com a minha tentativa frustada de não me rir de aquilo que não devia. Enfim... momentos.


Rita.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Têm sido defendidas diversas teses: o universo é infinito e ilimitado, expandindo-se sem limites e sem fim no espaço e no tempo.

Agora, eu pergunto: se o Universo é infinito, como é possível que esteja a expandir-se?

Rita. Sara. Paula.


Ao longo da nossa vida, comunicamos com muitas pessoas. Conhecemos indivíduos simpáticos, rancorosos, amigáveis, desastrados, calmos, apressados. Um bocadinho de tudo.
Fazemos amigos quando estamos na pré-primária, aqueles que conhecemos num segundo, e no segundo seguinte, já dizemos que é o nosso melhor amigo e que vamos ficar juntos para sempre. Fazemos amigos na primária, amigos que se tornam os nossos companheiros de lutas, e dos clubes dos saltos, e dos truques, aqueles que achamos serem actos que ninguém consegue fazer. Fazemos amigos no ensino básico, e aí, as coisas tornam-se mais sérias. Apanhamos as primeiras desilusões com pessoas que pensávamos que nunca nos iam deixar ficar mal. Mudamos com essas desilusões, e crescemos. Começamos a definir as pessoas que queremos como nossas verdadeiras amigas, aquelas com queremos passar aqueles momentos de pura estupidez, aquelas tardes à beira rio, em que inventamos coisas como “Sapatilha Rota”, e em que nos apercebemos que é com essas pessoas que queremos partilhar os momentos mais importantes das nossas vidas.
E, apesar das despedidas e tristezas que surgem pelo caminho, as fugas para Braga, sentimos que, finalmente, encontrámos aquilo que procurávamos. Sentimos que é esta a amizade que vai durar enquanto possuirmos o dom de sentir.

Vocês são essas pessoas. São as minhas pessoas.

*Sapatilha.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Segunda Negra.

Dia triste.

Chuva, nuvens escuras, frio. Muito frio.

Sem Sara, com Paula e muitas lágrimas à mistura.

Ouvi o sino tocar mais vezes nestas duas semanas do que em toda a minha vida. E não foram sinos de alegria, como aqueles que tocam nos casamentos ou nos baptizados. Foram sinos de perda, de angústia, de dor, enfim. De morte.

Isto faz-nos preguntar o que andamos nós, realmente, a fazer aqui.

É triste, é duro, é doloroso, mas é a vida, na sua pior faceta.



Aguardam-se por semanas mais felizes.



Rita.






- O imperador Júlio César foi esfaqueado 23 vezes quando assassinado;